O preço do café disparou no último ano. O aumento foi de 40%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Com isso, versões falsificadas do produto, conhecidas como “café fake” começaram a aparecer nos supermercados, enganando consumidores que buscam uma alternativa mais barata.
O chamado “café fake” preocupa a indústria e pode trazer riscos para a saúde. A comercialização desses produtos é proibida por lei, mas ainda assim eles seguem sendo vendidos, muitas vezes com embalagens enganosas que dificultam a identificação.
A seguir, AnaMaria explica qual a composição desse novo produto e como identificar para não cair no golpe:
O que tem no café fake?
Os produtores desse tipo de produto misturam impurezas ao café original, incluindo cascas, paus, pedras e palha. Esses elementos são proibidos por lei para o consumo humano, mas acabam sendo adicionados para reduzir custos e maximizar o lucro.
Para Celírio Inácio da Silva, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic), esse tipo de fraude ocorre porque os consumidores seguem buscando alternativas mais baratas diante da alta dos preços. “A recomendação é que os consumidores adquiram apenas café que possuam o selo de pureza e qualidade da Abic”, disse em entrevista ao Globo Rural.
Quais marcas estão envolvidas?
Recentemente, a Abic identificou que um produto da marca Oficial do Brasil não é café puro, apesar da embalagem sugerir o contrário. O rótulo traz inscrições como “bebida sabor café” e “pó para preparo de bebida à base de café”, indicando que há adições na composição.
Outro caso é o da marca Melissa, que tem embalagem semelhante a uma marca conhecida, mas com a descrição “contém aromatizante sintético idêntico ao natural”, revelando que o produto não é 100% café.
Como não cair no golpe do café fake?
Para evitar ser enganado, fique atento a alguns detalhes:
- Busque o selo de pureza e qualidade da Abic na embalagem;
- Verifique a descrição do produto: café puro deve conter apenas “café torrado e moído”;
- Desconfie de preços muito abaixo da média;
- Pesquise a reputação da marca antes de comprar;
- Prefira produtos de fornecedores conhecidos.
Por que o café está tão caro?
Nos últimos anos, condições climáticas adversas afetaram a produção de café, como geadas e falta de chuva. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a safra de 2024 teve uma queda de 1,6% em relação ao ano anterior, reduzindo a oferta do produto e elevando os preços.
Mesmo com valores mais altos, o consumo segue crescendo. Segundo a Abic, entre janeiro e outubro houve um aumento de 0,78%. “O café é um item que está presente em 98% dos lares e é a segunda bebida mais consumida no mundo, atrás da água. Não pode ser tratado com tamanho descaso”, finaliza Celírio.
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