Quem ainda não é adepta a usar protetor solar todos os dias pode não saber, mas o câncer de pele é o mais comum entre os brasileiros. O número, em 2023, bateu a marca de 33%, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele e pode ser subdividido em diferentes tipos: Carcinoma basocelular (CBC), Carcinoma Escamoso (CEC) e Melanoma. Este último, apesar de ser menos frequente, é o mais agressivo.
Somente em 2020, ocorreram 1.923 óbitos no Brasil. E a tendência é aumentar: a Cancer Tomorrow identificou que as mortes anuais por melanoma no país vão saltar de 2,2 mil para 4 mil em 2040. Não é brincadeira, mas algo que pode ajudar é uma sequência que até crianças sabem – veja a seguir o que é a regra do ABCDE e como ela pode ajudar a identificar um melanoma:
O que é melanoma?
O melanoma, uma das formas mais agressivas de câncer de pele, surge a partir da transformação maligna dos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina, o pigmento que dá cor à pele.
De acordo com a dermatologista Carolina Marçon, o melanoma pode surgir em qualquer parte do corpo, até em áreas pouco expostas ao sol, como couro cabeludo e planta dos pés. “Os sintomas mais comuns incluem manchas ou pintas de coloração irregular, assimetria, bordas mal definidas e mudanças em cor, tamanho ou espessura”, ela comenta.
O que causa melanomas?
Segundo a especialista, a exposição excessiva à radiação ultravioleta (UV) é um dos principais fatores de risco para o melanoma, seja pelo sol ou pelo uso de câmaras de bronzeamento artificial.
“Histórico familiar de melanoma, pele clara, presença de muitas pintas ou nevos atípicos e episódios prévios de queimaduras solares aumentam significativamente a probabilidade de desenvolver o câncer”, diz.
O que é a regra do ABCDE?
Para identificar um melanoma, o primeiro passo é observar a própria pele e prestar atenção a qualquer tipo de alteração. “Somente o paciente pode identificar quais pintas e manchas existem em sua pele desde a infância ou apareceram ao longo dos anos”, explica a dermatologista Mayla Carbone, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
A profissional destaca a importância do autoexame, que permite detectar se essas lesões sofreram alterações com o tempo ou não.
Uma ferramenta poderosa para essa tarefa é a regra ABCDE, que auxilia a identificar sinais suspeitos a partir da análise de cinco características principais das pintas e manchas na pele: “A de assimetria, B de bordas irregulares, C de cores variadas, D de diâmetro maior que 6 mm e E de evolução”, detalha Carolina.
- Assimetria: Pintas com formas irregulares, onde uma metade não é igual à outra;
- Bordas: Melanomas costumam ter bordas irregulares ou borradas;
- Cor: Manchas com várias tonalidades (marrom, preto, azul, vermelho ou branco) são suspeitas;
- Diâmetro: Melanomas geralmente têm mais de 6 mm, mas podem começar menores;
- Evolução: Alterações em cor, tamanho, forma ou sintomas como coceira e sangramento devem ser observadas.
Pintas ou melanomas?
Muitas pessoas confundem pintas com melanomas, mas são condições diferentes, e saber o que é a regra do ABCDE pode ajudar. “As pintas são manchas formadas pela concentração de melanócitos, geralmente planas ou ligeiramente elevadas, de cor uniforme e bordas bem definidas”, conta Mayla.
Embora sejam inofensivas na maioria dos casos, algumas podem evoluir para melanoma, principalmente se apresentarem características da regra ABCDE.
No caso das verrugas, a causa é o vírus HPV e, apesar de normalmente benignas, podem causar incômodo estético. “Em casos raros, alguns tipos de HPV podem levar ao desenvolvimento de câncer, principalmente na região genital, por isso é fundamental manter as consultas dermatológicas em dia”, alerta.
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