Ana Maria Braga foi internada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), localizado em Botucatu, na noite de sábado (1º). A apresentadora sofreu uma picada de escorpião em sua fazenda na cidade de Bofete, interior paulista.
Após receber os cuidados necessários, Ana Maria recebeu alta e já se encontra em casa. Em uma postagem nas redes sociais, ela expressou sua gratidão à equipe médica e aos seguidores que demonstraram preocupação com seu estado de saúde.
Em um tom bem-humorado, a apresentadora comentou sobre o incidente, fazendo uma analogia divertida ao afirmar que “levar uma picada de escorpião é igual a receber um boleto no fim do mês: aparece sem aviso e causa dor no coração!”. Ela deve comentar mais detalhes sobre o ocorrido na manhã desta segunda-feira (3), durante o ‘Mais Você’.
Incidentes como o vivido por Ana Maria Braga têm se tornado cada vez mais frequentes no Brasil. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde através do DataSUS indicam que o país registrou 200.764 casos de picadas de escorpião em 2023, um aumento significativo em comparação às 158.068 ocorrências registradas em 2018.
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Crescimento das picadas de escorpião no Brasil
O aumento no número de picadas pode ser atribuído a diversos fatores, incluindo a urbanização e as condições climáticas. O Ministério da Saúde destaca algumas espécies de escorpiões que representam riscos significativos à saúde pública, especialmente do gênero Tityus:
- Escorpião-amarelo (T. serrulatus): Espécie amplamente distribuída pelo Brasil e considerada a mais preocupante devido ao seu potencial de causar envenenamentos graves.
- Escorpião-marrom (T. bahiensis): Encontrado nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país.
- Escorpião-amarelo-do-nordeste (T. stigmurus): Comum na região Nordeste e registrado em outros estados como Tocantins e Minas Gerais.
- Escorpião-preto-da-amazônia (T. obscurus): Principal responsável por acidentes na região Norte e em Mato Grosso.
Reação alérgica ou tóxica: qual a diferença?
Ao ser picada por um escorpião, o corpo pode reagir de duas formas principais: uma reação alérgica ou uma reação tóxica. A especialista consultada explica que essa distinção é fundamental para determinar o tratamento adequado.
“As reações alérgicas às picadas acontecem por uma predisposição genética somada a mudanças no sistema imunológico, que resultam em uma ‘sensibilização’ às proteínas da saliva ou do veneno. Essas reações podem ser mais graves a cada nova picada e variam de inchaço local a anafilaxia, que é potencialmente fatal”, esclarece Brianna Nicoletti, médica especialista em alergia e imunologia.
Já as reações tóxicas ocorrem diretamente por conta do veneno e são geralmente locais. “Os inchaços podem ser causados tanto pelo veneno quanto por quadros alérgicos. A resposta inflamatória pode gerar vermelhidão, coceira e até infecção da pele no local da picada.”
Embora outras espécies também possam causar envenenamento, elas geralmente resultam em sintomas menos graves. O sintoma mais comum após uma picada é uma dor aguda na área afetada.
O que fazer em caso de picada de escorpião?
Em caso de picada de escorpião, é fundamental que a vítima mantenha a calma e limpe a área afetada com água e sabão imediatamente. “É fundamental remover o ferrão, caso esteja presente”, orienta a especialista.
Procurar assistência médica especializada rapidamente é essencial para o tratamento adequado. Compressas com água morna podem ajudar a aliviar a dor, enquanto o uso de gelo ou compressas frias deve ser evitado especialmente para picadas do escorpião-amarelo, pois podem agravar o desconforto.
O tratamento hospitalar específico geralmente envolve a administração de soro antiescorpiônico; caso este não esteja disponível, soro antiaracnídico pode ser utilizado como alternativa.
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