O mundo parou nesta segunda-feira (27) para relembrar os 80 anos da libertação de Auschwitz, o maior símbolo do Holocausto. Localizado no sul da Polônia, este complexo de extermínio nazista foi responsável por mais de um milhão de mortes, em sua maioria judeus, durante a Segunda Guerra Mundial. A data foi marcada por cerimônias emocionantes e reflexões importantes sobre o passado.
Auschwitz: o maior símbolo do Holocausto
Inaugurado em 1940, Auschwitz não era apenas um campo de concentração, mas também um campo de extermínio em massa. Quando as tropas soviéticas chegaram ao local em 27 de janeiro de 1945, encontraram cerca de sete mil prisioneiros sobreviventes, muitos em estado crítico de desnutrição e trauma. Essa data, desde 2005, foi oficialmente reconhecida pela ONU como o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.
Em 2024, o memorial e o museu do complexo receberam mais de 1,8 milhão de visitantes, um número que reforça a importância de manter viva a memória desse trágico episódio da história mundial. Localizado a 50 quilômetros de Cracóvia, o memorial ocupa uma área de 191 hectares e segue sendo um símbolo de resistência e educação contra o ódio e a intolerância.
A voz dos sobreviventes ecoa no presente
Durante as cerimônias, os últimos sobreviventes do campo de concentração compartilharam seus depoimentos. Tova Friedman, de 86 anos, declarou que o 27 de janeiro é como um segundo aniversário, pois celebra sua sobrevivência. “Temos a obrigação de lembrar e ensinar que o ódio só gera mais ódio”, afirmou. Já Marian Turski, de 98 anos, relembrou a perda de seu pai e irmão, assassinados pelos nazistas.
Com a idade avançada, a cada ano o número de sobreviventes que participam dessas cerimônias diminui. No entanto, seus relatos permanecem como um alerta eterno para as gerações futuras.
Reflexões globais sobre o Holocausto
Governos de vários países também participaram das homenagens, como o Reino Unido, que organizou eventos para reforçar a importância de combater o antissemitismo. A Alemanha, por sua vez, enviou o primeiro-ministro e o presidente para as celebrações, demonstrando seu compromisso em assumir responsabilidade pelos crimes do passado, especialmente em um momento em que movimentos de extrema-direita ganham força no país.
Por outro lado, a presença da Rússia nas cerimônias foi tema de debate. Desde a invasão à Ucrânia, o presidente Vladimir Putin não é mais convidado para os eventos relacionados à libertação de Auschwitz, mesmo que as tropas soviéticas tenham desempenhado um papel crucial na liberação do campo de concentração.
Educação e memória: pilares contra a intolerância
O memorial de Auschwitz-Birkenau foi inaugurado em 1947, dois anos após a libertação, e desde então atua como um importante centro educacional. O local recebe visitantes do mundo todo, reforçando a necessidade de aprender com o passado para evitar que tragédias como o Holocausto se repitam.
A cada ano, as cerimônias e o trabalho contínuo do memorial lembram ao mundo que a intolerância e o ódio não podem prevalecer. Como disse Tova Friedman: “Lembrar é a nossa arma mais poderosa contra o esquecimento”.