A chegada de um bebê muda toda a dinâmica familiar, e a relação com a sogra pode se tornar um grande desafio ou uma valiosa oportunidade de apoio. De acordo com a psicóloga perinatal Rafaela Schiavo, fundadora do Instituto MaterOnline, estabelecer limites e manter um diálogo respeitoso são essenciais para evitar conflitos no pós-parto.
“Algumas sogras são tão presentes e acolhedoras que se tornam uma parte indispensável da rede de apoio, até participando do parto. Por outro lado, outras podem ser uma fonte de tensão, prejudicando a saúde mental da mãe no puerpério”, explica Rafaela.
A rede de apoio no pós-parto: aliada ou fonte de estresse?
A psicóloga destaca que a rede de apoio tem um papel crucial para ajudar a mãe a lidar com as demandas do puerpério. Esse apoio deve aliviar as tarefas diárias e proporcionar momentos de descanso. Contudo, quando as relações não são bem definidas, podem surgir conflitos e desconfortos.
“Palpites constantes, críticas e invasões de privacidade são atitudes que deixam a mulher mais insegura e ansiosa. Isso, somado às demandas do pós-parto, pode ser prejudicial à saúde mental”, alerta Rafaela.
Transformando os conselhos da sogra em um apoio valioso
Com algumas estratégias simples, é possível evitar conflitos e transformar os conselhos da sogra em algo positivo para toda a família. Veja as dicas da especialista:
- Estabeleça limites: definir com clareza como a ajuda será bem-vinda pode evitar desgastes. Por exemplo, pedir para a sogra trazer uma refeição é mais produtivo do que tolerar visitas longas e inesperadas.
- Comunique-se com respeito: conversas francas, mas gentis, ajudam a alinhar expectativas e evitam mal-entendidos.
- Reconheça as boas intenções: muitas sogras baseiam seus conselhos no que aprenderam no passado. Entender que a intenção é ajudar facilita o diálogo.
- Delegue tarefas: permitir que a sogra ajude em atividades como organizar a casa ou segurar o bebê pode ser uma forma eficaz de aliviar a rotina da mãe.
- Defina regras para visitas: horários bem definidos evitam interrupções desnecessárias nos momentos de descanso da família.
O papel do pai no puerpério: mais do que ajuda, uma responsabilidade
Outro ponto fundamental, segundo Rafaela, é entender que o pai tem um papel igualitário no pós-parto. “O pai não é ajudante, ele é pai. Ele deve assumir as mesmas responsabilidades que a mãe, como trocar fraldas, dar banho e ajudar no sono do bebê. Uma paternidade ativa é essencial para criar um ambiente equilibrado e acolhedor”, reforça a psicóloga.
Quando a rede de apoio prejudica em vez de ajudar
Por fim, Rafaela alerta que a rede de apoio pode ser um problema quando desvaloriza as escolhas da mãe ou ultrapassa limites importantes. Comentários como “você não sabe cuidar do bebê” ou “seu leite não é suficiente” podem impactar negativamente a confiança da mulher.
“Os psicólogos perinatais desempenham um papel fundamental ao orientar a rede de apoio para que realmente colabore. Por isso, educar essas pessoas é essencial para evitar problemas e criar um ambiente acolhedor para a mãe e o bebê”, finaliza Rafaela.
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