A nadadora Ana Carolina Vieira foi expulsa das Olimpíadas 2024 pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) na última sexta-feira (26) por conta de uma atitude disciplinar na competição — a entidade a acusou de má conduta. Após a punição, a atleta foi às suas redes sociais para se pronunciar sobre o caso. AnaMaria te conta tudo a seguir.
Além de se defender da acusação do COB, Ana Carolina Vieira fez uma denúncia de assédio na Seleção Brasileira de natação. Segundo ela, o órgão regulador do esporte olímpico brasileiro não tomou nenhuma atitude diante do ocorrido.
“Passando para agradecer as mensagens de carinho. Não consegui contato com ninguém no momento em que saí da sala que me anunciaram que estava fora por má conduta. Graças a Deus vou provar que não tive má conduta nenhuma”, iniciou a atleta, que contou na sequência mais detalhes sobre a situação.
“Tinha uma moça me acompanhando o tempo todo. Pedi pra ela me deixar falar com o psiquiatra o tempo todo, pedi água e não podia pegar. Saí de lá, deixei meus materiais, não sabia o que fazer. Minhas coisas estão lá, fui para o aeroporto de shorts e tive que abrir minha mala toda no aeroporto. Estou em Portugal, vou para Recife e depois para São Paulo. Estou desamparada”, continuou Ana Carolina Vieira.
Ela ainda aproveitou o momento para denunciar um caso de assédio que sofreu na Seleção Brasileira. “Ela (a funcionária) me mandou entrar em contato com os canais do COB. Como vou falar com o COB, sendo que já fiz uma denúncia e nada foi resolvido de assédio dentro da Seleção? Assim, espero que vocês consigam se conter um pouco que eu vou falar tudo com os advogados. Prometo falar tudo, é isso. Estou bem, estou triste, nervosa, mas estou com o coração em paz. Sei quem eu sou, do meu caráter, da minha índole. Espero ainda poder defender a natação brasileira feminina, só peço tempo e um pouco de paciência”, concluiu a atleta.
Veja na íntegra:
O QUE ACONTECEU
Ana Carolina Vieira foi expulsa das Olimpíadas de 2024 após sair da Vila Olímpica sem autorização, acompanhada de seu namorado, Gabriel Santos, também nadador da Seleção Brasileira. Além disso, ela contestou incisivamente as mudanças no revezamento da prova 4×100 metros livre, realizadas na manhã de sábado (27). Essas atitudes levaram ao seu desligamento da equipe. No entanto, Gabriel recebeu apenas uma advertência e permanece em Paris com o restante da delegação do Time Brasil.
A diferença nas punições de Ana Carolina Vieira e Gabriel Santos gerou discussões nas redes sociais sobre machismo. Muitos internautas apontaram que, enquanto a atleta foi expulsa da equipe por sair da Vila Olímpica sem autorização e contestar incisivamente as mudanças na prova de revezamento, Gabriel recebeu apenas uma advertência.
A discrepância nas consequências para os dois nadadores levantou questionamentos sobre se houve tratamento desigual com base em gênero, gerando debates sobre o machismo no esporte e na sociedade em geral.
Vale mencionar que casos de assédio no ambiente de trabalho, como o denunciado por Ana Carolina Vieira, não são isolados. Episódios semelhantes têm sido reportados em diversas modalidades esportivas no Brasil e no mundo, assim como em outros contextos profissionais. Um dos casos mais notórios recentes ocorreu nos bastidores da seleção espanhola feminina durante a Copa do Mundo de 2023.
No Brasil, denúncias de assédio no elenco santista de futebol feminino contra o ex-técnico Kleiton Lima também tiveram grande repercussão este ano. As mulheres enfrentam situações de assédio em várias carreiras profissionais.
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