Neste domingo (19), o Brasil perdeu um dos maiores ícones do jornalismo esportivo. Léo Batista, que tinha 92 anos, faleceu em decorrência de complicações relacionadas a um tumor no pâncreas, encerrando uma trajetória de quase 80 anos na comunicação. Com uma carreira marcante, Léo esteve presente em alguns dos principais momentos da história brasileira, como o anúncio do suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, e da morte de Ayrton Senna, em 1994.
Nascido em Cordeirópolis (SP) em 1932, Léo Batista começou sua carreira no rádio, mas foi na TV Globo, onde trabalhou por mais de 50 anos, que se consolidou como referência em jornalismo esportivo. Ainda ativo até o final de 2023, Léo Batista era admirado tanto pelo público quanto pelos colegas de profissão, mantendo uma paixão pelo trabalho que o acompanhou até seus últimos dias.
Os primeiros passos e a consolidação de Léo Batista na TV
Antes de se tornar o rosto e a voz do jornalismo esportivo, Léo Batista fez história no rádio. Foi na Rádio Globo que deu a notícia do suicídio de Getúlio Vargas, em um dos momentos mais impactantes da política brasileira. Sua migração para a televisão ocorreu em 1969, quando ingressou na TV Globo, contribuindo para a cobertura da Copa do Mundo de 1970, que marcou o tricampeonato da Seleção Brasileira.
Na década de 1970, Léo estreou como apresentador do Jornal Hoje e foi um dos criadores do programa Globo Esporte, que viria a se tornar referência no jornalismo esportivo brasileiro. Ele também esteve envolvido no Globo Rural, outro programa icônico da emissora, desde sua criação nos anos 1980.
Além disso, Léo Batista era um nome frequente em outros setores do jornalismo. Foi apresentador substituto do Jornal Nacional e locutor das transmissões do Carnaval do Rio de Janeiro durante os anos 1980 e 1990, mostrando sua versatilidade e comprometimento com a comunicação.
O legado no esporte e a ‘voz marcante’
O nome de Léo Batista tornou-se sinônimo de jornalismo esportivo, em especial na TV Globo, onde ele era o único jornalista esportivo com contrato vitalício. Esse reconhecimento é concedido a pouquíssimos profissionais na emissora, destacando sua contribuição inestimável para o jornalismo e o esporte.
Seu apelido, “a voz marcante”, fazia jus ao talento inconfundível com que anunciava gols, resultados esportivos e notícias que entraram para a história. Léo também se destacou na apresentação dos quadros esportivos do Fantástico, incluindo o famoso quadro da loteria esportiva ao lado da “zebrinha”, que encantou o público por anos.
Mesmo aos 92 anos, Léo seguia contribuindo ativamente para o Globo Esporte, inspirando gerações de profissionais com sua dedicação. Sua permanência no trabalho até os últimos meses de vida foi um exemplo de amor à profissão.
Uma despedida com legado eterno
A morte de Léo Batista marca o fim de uma era no jornalismo brasileiro. Sua contribuição vai muito além do esporte, abrangendo momentos históricos e a construção de programas que são parte do dia a dia do público até hoje.
Além de sua habilidade como jornalista, Léo Batista será lembrado pela ética profissional, pela paixão pelo trabalho e pela inspiração que proporcionou a tantos que tiveram a honra de trabalhar ao seu lado.
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