O recente diagnóstico de transtorno da filha de Maíra Cardi chamou atenção para o Transtorno do Processamento Sensorial (TPS), uma condição ainda pouco conhecida no Brasil, mas que afeta o cotidiano de milhares de crianças. O desabafo da influenciadora revelou os desafios enfrentados por famílias que lidam com o TPS e trouxe à tona a importância de informar e apoiar quem convive com a condição.
O TPS pode se manifestar de diferentes formas, afetando a maneira como o cérebro interpreta estímulos sensoriais, como luz, som e texturas. Telma Abrahão, especialista em neurociência e desenvolvimento infantil, reforça que o diagnóstico precoce e o acompanhamento profissional são cruciais para melhorar a qualidade de vida das crianças diagnosticadas com o transtorno.
O que é o Transtorno do Processamento Sensorial (TPS)?
De acordo com Telma, o TPS é caracterizado por uma dificuldade em processar e interpretar estímulos do ambiente, o que pode resultar em comportamentos que confundem os pais e cuidadores. “Saber do que se trata o Transtorno do Processamento Sensorial é importante, pois permite aos pais e cuidadores compreenderem que comportamentos aparentemente ‘difíceis’ ou desafiadores podem estar relacionados a dificuldades reais no processamento de estímulos sensoriais”, explica a especialista.
Crianças com TPS podem ser hipersensíveis, reagindo de forma intensa a estímulos aparentemente simples, como o som de uma televisão ou o toque de um tecido específico. Outras podem buscar estímulos extremos para se sentir confortáveis, como correr sem parar ou mexer constantemente nas coisas ao seu redor.
Transtorno da filha de Maíra Cardi: impactos na vida da criança e da família
Sem um diagnóstico correto, comportamentos típicos de crianças com TPS podem ser mal interpretados. “Esses comportamentos podem ser erroneamente vistos como manipulação ou mimo, o que leva a abordagens inadequadas e prejudica os relacionamentos familiares”, afirma Telma. O TPS não afeta apenas o comportamento: aspectos fundamentais como sono, alimentação, interações sociais e aprendizado também podem ser comprometidos.
Maíra Cardi, ao relatar o caso de sua filha, destacou que o transtorno exige mudanças no dia a dia da família, desde adaptar os ambientes até revisar as estratégias de educação e comunicação. Isso reflete o impacto profundo do TPS no convívio familiar e na busca pelo bem-estar da criança.
Tratamento e possibilidades de melhoria
Segundo Telma Abrahão, o tratamento para TPS envolve o acompanhamento de terapeutas ocupacionais especializados em integração sensorial. Esses profissionais ajudam a criança a regular suas respostas aos estímulos, favorecendo o desenvolvimento da autonomia e promovendo maior conforto no ambiente ao seu redor.
“Quanto mais cedo o diagnóstico e a intervenção, maior a probabilidade de a criança superar ou gerenciar as dificuldades associadas ao TPS, garantindo uma infância mais leve e feliz”, conclui a especialista. O suporte adequado também previne impactos emocionais e físicos que podem acompanhar a condição ao longo da vida, proporcionando um desenvolvimento mais equilibrado e saudável.
O caso do transtorno da filha de Maíra Cardi é um lembrete da importância de se compreender condições pouco conhecidas como o Transtorno do Processamento Sensorial. Diagnóstico precoce, intervenção adequada e informação são fundamentais para ajudar as crianças a enfrentarem os desafios do TPS e conquistarem uma vida plena.
Para as famílias, entender e acolher os sinais é um passo essencial. Com os avanços na neurociência e a orientação de especialistas, cada vez mais crianças diagnosticadas com TPS podem contar com o suporte necessário para superar suas dificuldades e crescerem felizes.
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