Quem nunca cresceu imaginando que o Papai Noel descia pela chaminé para deixar presentes na árvore de Natal? Para muitas crianças, o bom velhinho é a personificação da magia natalina. Mas chega um momento em que os filhos começam a questionar a fantasia, e isso levanta dúvidas sobre como lidar com a situação. Afinal, deixar de acreditar no Papai Noel é um marco para os pequenos e, dependendo de como acontece, pode gerar sentimentos variados.
Quando as crianças deixam de acreditar no Papai Noel?
Segundo um estudo conduzido por Candice Mills, psicóloga da Universidade do Texas, a maioria das crianças começa a questionar a existência do bom velhinho por volta dos 8 anos. Publicada como preprint no PsyArXiv, a pesquisa entrevistou 48 crianças de 6 a 15 anos, além de pais e mais de 380 adultos, para entender como essa transição acontece.
“Embora as crianças comecem a diferenciar fantasia e realidade na pré-escola, a crença no Papai Noel frequentemente persiste até a infância intermediária”, explicou Mills ao jornal britânico The Guardian. Mas isso varia bastante: enquanto algumas crianças começam a desconfiar aos 4 ou 5 anos, outras podem acreditar firmemente até a adolescência.
O estudo também revelou que o impacto emocional dessa descoberta depende de como ela é feita. Cerca de um terço das crianças relatou sentimentos negativos ao perceber a verdade, enquanto outros se sentiam mais como pequenos detetives desvendando um mistério. Curiosamente, 10% dos adultos disseram ter tido problemas de confiança com os pais após descobrirem a “mentira”.
Como revelar a verdade sobre o Papai Noel sem traumas?
Se seu filho começa a fazer perguntas mais complexas, como “como o trenó dá a volta ao mundo em uma noite?” ou “como o Papai Noel entra sem chaminé?”, pode ser um sinal de que ele está pronto para ouvir a verdade. Nessas horas, os especialistas sugerem uma abordagem delicada, ouvindo mais do que falando.
A psicóloga recomenda devolver a pergunta: “O que você acha?”. Essa estratégia dá espaço para que a criança processe seus sentimentos. Em muitos casos, elas demonstram querer acreditar na magia, mesmo que já desconfiem da realidade.
Se a descoberta for muito abrupta ou ocorrer em uma idade mais avançada, o impacto tende a ser maior. Por isso, evite que outras crianças ou adultos “estraguem” a experiência. Seja você a pessoa que conduz essa conversa com carinho e atenção, respeitando o tempo do pequeno.
E depois da descoberta?
Apesar das emoções iniciais, o estudo apontou que tanto crianças quanto adultos mantêm uma memória positiva da tradição natalina. Muitas famílias, inclusive, escolhem perpetuar o costume do bom velhinho com as novas gerações, independentemente de a magia já ter sido desvendada.
Afinal, o Natal é muito mais do que a figura do Papai Noel. É um momento de união, amor e troca de carinho, valores que continuam vivos mesmo após a descoberta. Que tal criar novas tradições, como fazer biscoitos juntos ou montar a árvore em família, para que essa data continue especial?
E para quem ainda acredita (ou finge acreditar), o espírito natalino sempre encontra uma forma de manter a magia no ar. Feliz Natal!
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