No último domingo (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma aparição inesperada em uma coletiva de imprensa no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, com um acessório parecido com o chapéu Panamá, embora o político não tenha confirmado o modelo exato utilizado. Apesar do nome, o chapéu é confeccionado no Equador e pode levar até meses para ficar pronto.
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Chapéu Panamá não é do Panamá
O chapéu Panamá têm suas raízes na cidade de Cuenca, no Equador, onde são elaborados artesanalmente por famílias locais. O processo de fabricação é meticuloso e pode levar meses, dependendo da qualidade da palha utilizada. Para criar esse acessório icônico, a palha de toquilla é cozida com enxofre, resultando em fibras brancas e macias que garantem conforto e durabilidade.
A técnica de tecelagem foi reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade em 2012. O processo exige meses de trabalho detalhado por parte dos artesãos, cujas habilidades são passadas de geração em geração.
O nome “Panamá” foi atribuído ao acessório no início do século 20, durante a construção do Canal do Panamá. Trabalhadores americanos que atuavam nas obras adotaram o chapéu usado pelos locais como forma de proteção contra o intenso calor da região.
Atualmente, desafios como a concorrência com produtos industrializados e a diminuição do interesse entre os jovens estão ameaçando essa tradição artesanal. Apesar disso, o chapéu Panamá permanece como símbolo de elegância e sofisticação no vestuário contemporâneo, sendo amplamente utilizado por homens e mulheres em todo o mundo.
Popularização histórica
A popularidade do chapéu Panamá cresceu significativamente após uma famosa fotografia do então presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, em 1906. Ele foi retratado usando o chapéu enquanto operava uma escavadeira no Canal do Panamá, imagem que contribuiu para a consagração do acessório no mundo ocidental.
Personalidades como Winston Churchill e Napoleão III também contribuíram para a fama do chapéu na política e nas altas esferas sociais.
Ernesto “Che” Guevara é um dos exemplos mais conhecidos, frequentemente visto usando esse acessório durante suas campanhas nos anos 1960. O renomado escritor colombiano Gabriel García Márquez também incorporava o chapéu em sua imagem pública, tornando-o um símbolo de sua identidade cultural.
No Caribe, líderes como Nicolás Maduro utilizam o chapéu para expressar sua conexão com as tradições regionais. Este acessório transcendeu fronteiras e se tornou um ícone global, adotado por políticos e intelectuais ao longo da história.
Usado por Lula
Lula revelou que optou por usar o chapéu para disfarçar um curativo em sua cabeça, resultado de um procedimento médico recente. Em tom bem-humorado, ele comentou: “Eu pus o chapéu para vocês não verem o curativo que o doutor acabou de fazer agora. Não quero que vocês vejam porque eu sou um cara teoricamente bonito”.
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