A influenciadora Isabel Veloso, de 18 anos, grávida e em tratamento para um Linfoma de Hodgkin incurável desde 2021, falou sobre seu estado de saúde nas redes sociais recentemente, após receber alta hospitalar. Ela contou que teve fortes ataques de tosse e descobriu que o câncer se espalhou para o pulmão. Grávida de 28 semanas, ela foi internada por conta da perda de líquido amniótico e em seu Instagram explicou sobre o ocorrido. “Eu ia fazer um exame de imagem, a ressonância, e tinha ultrassom do Arthur, que faço lá em Cascavel (PR). No final, deu tudo errado. Não deu pra gente fazer essa programação, porque eu tive perda de líquido da bolsa na segunda-feira, foi uma perda considerável. Fiquei perdendo várias vezes. A gente foi para a maternidade e eles me internaram para monitorar”, descreveu.
Isabel lamentou não ter muito o que fazer. “Fiz tomografia de tórax pelo meu quadro e constou, infelizmente, que a quimio não fez efeito. Eu já imaginava, porque é uma quimio muito fraca, que ia fazer só pra tentar dar uma segurada, agora que estou grávida. Eu ainda não tinha chegado nesse estado, do câncer estar em um dos órgãos. Ele estava apenas no meu pescoço e no meu intestino, nunca tinha se espalhado para nenhum outro local”, ressaltou.
De acordo com uma pesquisa do American Cancer Society, se o Linfoma de Hodgkin precisar ser tratado enquanto a mulher está gestante, se possível, o tratamento deve ser adiado até depois do primeiro trimestre, pois os riscos para o bebê são menores após os três primeiros meses. E geralmente o tratamento desse tipo de câncer é feito com quimioterapia.
A Revista Ana Maria ouviu com exclusividade o Dr. Jorge Abssamra Filho, Oncologista do Hospital Santa Clara, que ressaltou que casos como o da influenciadora devem ser acompanhados de perto pelo obstetra, já que têm grandes chances de antecipação do parto. “Grávidas com diagnóstico de câncer é mais comum do que imaginamos e, na maioria das vezes, o feto fica bem até a data do parto. Evitamos quimioterapia no primeiro trimestre e escolhemos drogas específicas que tragam menos efeitos ao feto”, esclarece.
O profissional aponta que as lesões pulmonares não afetam o bebê diretamente, mas é preciso monitoramento. “Caso ela tenha baixa oxigenação, por conta das lesões pulmonares, de maneira indireta, isso pode atrapalhar a gestação”.
Quanto ao “não ter o que fazer”, como a influenciadora disse em sua postagem, o oncologista aponta que é possível haver saídas. “É difícil dizer, porque não temos os detalhes dela. Mas, na maioria dos casos, se o paciente tem performance para o tratamento, ou seja, se tem condições clínicas de receber algum tratamento como a quimioterapia, dificilmente não haverá opções”, finaliza.