Em tempos de represas secando, algumas campanhas ganham cada vez mais adeptos. Uma delas é a Segunda sem Carne, da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB). O objetivo é fazer as pessoas tirarem esse alimento do prato uma vez na semana e, ao fazerem isso, reduzirem o impacto no planeta, na sociedade e até na sua saúde.
Segundo a SVB, são necessários de 10 a 20 mil litros de água para produzir apenas 1 kg de carne bovina – a maior parte desse recurso é usada na produção da ração que alimentará o gado. “Queremos mostrar que é possível descobrir novos sabores e adotar uma alimentação mais ética, saudável e sustentável”, explica Mônica Buova, coordenadora da campanha.
Outra iniciativa da SVB é o projeto 21 Dias sem Carne. Lançado em outubro, em 48 horas já somava 10 mil pessoas inscritas. O primeiro a aceitar ficar esse tempo sem o alimento foi o músico Junior Lima, irmão de Sandy e casado com a modelo Monica Bebini, que é vegetariana. Quer tentar? Com nossas dicas, você corta a carne sem medo!
Onde começou?
A campanha teve início em 2003, nos Estados Unidos, com o nome de Meatless Monday (literalmente, segunda sem carne). Hoje, está presente em 35 países. Um de seus divulgadores é o ex-Beatle Paul McCartney, autor da célebre frase: “Se os abatedouros tivessem paredes de vidro, todos seriam vegetarianos”.No Brasil, foi lançada em 2009, em São Paulo, numa parceria entre a SVB e a Secretaria do Verde e Meio Ambiente.
O que a ciência anda dizendo
Estudo publicado pela Academia de Nutrição e Dietética (Academy of Nutrition and Dietetics), dos Estados Unidos, comprova que uma dieta sem carne é capaz de reduzir o risco de uma série de doenças, como o diabetes tipo 2, arteriosclerose, hipertensão e obesidade. Então, é indicada em todas as fases da vida sem qualquer restrição!
O prato vegetariano ideal deve ter…
Segundo a nutricionista Ana Ceregatti, especialista em vegetarianismo, é possível tirar a carne do seu prato sem traumas. Para isso, você precisa incluir todos os grupos alimentares no seu cardápio. São eles: os cereais, preferencialmente integrais, os legumes, as verduras, as frutas e, principalmente, as leguminosas, como os feijões, a lentilha e o grão-de-bico.
“O grupo dos feijões são os bons substitutos da carne, desde que a pessoa coma os alimentos indicados numa dieta saudável”, diz Ana. Se não gostar desses grãos, mas quiser tirar a carne, vai ter que aprender a apreciá-los para manter-se bem.
“Ao longo do dia, devemos ingerir algo em torno de sete colheres (sopa) do alimento”, ensina Ceregatti. Fazem parte desse grupo também as favas, a ervilha e a soja (neste caso, o melhor é o tofu orgânico). “Um erro comum é as pessoas pensarem que o ovo é um bom substituto da carne. Mas não é, porque não contém ferro”, fala a nutricionista. Outra dica é deixar os grãos de molho na água por 12 horas e trocá-la antes de cozinhar. “Assim, reduzimos o teor de fitato deles”. O composto é responsável pela germinação do grão. “No corpo, reduz a absorção de minerais essenciais, como o ferro, o zinco, o cálcio e o magnésio”, diz Ceregatti.