Para ajustar a mira
Focar numa só direção é ótimo para quem deseja alcançar um objetivo. “A meta se torna uma espécie de GPS a nos guiar no caminho do que queremos. Dessa forma, nos tornamos mais atentos e determinados”, afirma Silvana Macedo, especialista em Programação Neurolinguística e Desenvolvimento Comportamental, de Santa Catarina. E por que será que, às vezes, quando tentamos colocar a nossa atenção em pequenas tarefas, metas cotidianas ou num sonho de vida, até damos início, mas não terminamos – ou sequer começamos? “Alguns perdem facilmente o foco porque empurram a questão com a barriga ou por não se acharem capazes ou merecedores de atingir o objetivo”, diz o coach Claudio Lara. Se esse é o seu caso, confira a seguir as dicas que vão ajudá-la a mirar no que realmente vale a pena.
“Afinal, o que eu quero?”
A primeira coisa é saber o que se deseja. Por incrível que pareça, as pessoas têm dificuldade em descobrir o que querem
de verdade. “Em compensação, todo mundo sabe o que não quer”, garante Silvana. Esse deve ser o ponto de partida para descobrir o que desejamos. Primeiro, escreva tudo o que você NÃO quer em cada área da vida. Por exemplo: “Não quero trabalhar até tarde”, “não quero ficar em casa aos sábados”, “não quero parar de estudar”. Assim fica fácil criar uma lista do que você almeja: “Quero ter as noites livres”, “adoraria curtir mais programas com a família”, “vou fazer uma faculdade” e por aí vai. Outro jeito legal de se planejar é imaginar o que gostaria de estar fazendo daqui a três, cinco e dez anos. “Para te ajudar a visualizar o futuro nesses prazos, responda: o que teria vontade de fazer? Com quem e onde estaria? Do que teria orgulho? Como desejaria ser conhecida?”, sugere a especialista.
“E se me sentir incapaz?”
Se você tem dificuldade de concretizar seus sonhos, saiba que, quando nos imaginamos fazendo algo, a mente não distingue o real do irreal. Em outras palavras, o cérebro acredita na fantasia. “Se a pessoa se imaginar vitoriosa, ela vai criando neurotransmissores em favor dessa mudança e, quando tudo se concretizar na prática, estará confiante, pois o cérebro interpreta que ela já vivenciou – e venceu – aquele episódio”, diz Silvana. “Isso acontece com grandes atletas. Eles imaginam a competição rolando e a performance que desejam. Quando o jogo começa, é como se eles já tivessem passado por aquela cena e fazem o melhor”, completa. O pesquisador americano Jeffrey Schwartz, que descobriu a cura para o transtorno obsessivo compulsivo (TOC), concorda. Ele afirma que o cérebro é plástico e está se moldando o tempo todo. Segundo ele, com a imaginação é possível direcionar a mudança para o resultado que deseja – seja um novo comportamento, um outro jeito de perceber a vida. Que tal usar
agora mesmo o poder do cérebro a seu favor?
“São muitos objetivos!”
O nosso cérebro possui uma capacidade incrível, então, é possível ter vários objetivos e focar em todos. “Para isso, basta determinar em que momento do dia ou da semana você vai mirar em cada meta, tomando cuidado para que elas não sejam contraditórias entre si”, sugere Lara. Para estabelecer prioridades, escolha três pontos de partida para o mês. A cada 30 dias, trate de reestabelecer as prioridades, avaliando sempre para ver se não são opostas. Daí, escolha a meta do dia, lembrando que ela pode ser uma atividade ou uma intenção: fazer exercício ou não falar mal de ninguém, por exemplo. E divirta-se, pois estará mais perto do que quer!
“E se eu desanimar?”
Perder a motivação é normal. “Para se manter animada, pense como será a sua vida daqui a alguns anos se você sustentar o mesmo comportamento e como será se alcançar o que quer”, diz Lara. Como a motivação vai e vem, haverá momentos em que precisaremos retomá-la, mesmo diante de um aparente fracasso. “O resultado virá com o tempo, por isso não desista da dieta se sucumbir a um brigadeiro”, finaliza. É só retomar a atenção para o seu desejo e focar novamente.
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