A maternidade começa muito antes do nascimento do bebê, principalmente quando ela é planejada. A gestação é um período de grande demanda metabólica do organismo e necessita de vários cuidados, entre eles o acompanhamento médico e a suplementação na gravidez. Embora o ideal seja se preparar nutricionalmente três meses antes de engravidar, muitas vezes isso não é possível.
Chegar grávida ao consultório da nutricionista é comum e não há motivo para pânico ou estresse. Especialistas afirmam que a maioria das mulheres inicia os cuidados nutricionais após o resultado positivo.
A suplementação na gravidez é necessária para garantir o desenvolvimento do feto e oferecer melhor qualidade de vida para a mãe. Segundo especialistas, há carência de nutrientes durante a gestação. Por isso, alguns suplementos suprem esses déficits.
Alimentação natural e suplementos
O acompanhamento de um nutricionista especializado em gestantes é fundamental. Caso seu obstetra não encaminhe, sinta-se à vontade para procurar atendimento por conta própria. Isso porque a nutrição adequada impacta a formação do bebê e os estoques da mãe para amamentação. Além disso, o paladar do bebê começa a se formar ainda no útero, assim como sua microbiota intestinal e número de células de gordura.
A tradicional combinação brasileira de arroz, feijão, proteína e salada é saudável e culturalmente adequada. No entanto, é indispensável evitar alimentos ultraprocessados e reduzir o consumo de processados com adição de açúcar e sal. Não há consenso científico sobre a segurança do consumo de álcool durante a gestação: qualquer quantidade ingerida pela mãe será compartilhada com o bebê, podendo trazer sérias consequências à formação fetal e à saúde materna.
A forma ativa da vitamina B9, o metilfolato, mais conhecido como ácido fólico, é um micronutriente frequentemente recomendado para mulheres grávidas ou que desejam engravidar. Além de prevenir defeitos no tubo neural, que ocorrem nas primeiras semanas de gestação, o metilfolato auxilia na formação do sistema nervoso, do cérebro e da medula espinhal do feto.
Já para a saúde da gestante, o suplemento está associado a um menor risco de desenvolver pré-eclâmpsia, redução da hipertensão gestacional e do risco de parto prematuro. O metilfolato pode contribuir também para a diminuição das chances de anemia megaloblástica durante a gravidez, condição que afeta as características dos glóbulos vermelhos e que tem como principais sintomas fadiga excessiva, dores musculares e palidez.
O ômega 3 é um ácido graxo poli-insaturado que pode ser encontrado em alimentos como salmão, sardinha e sementes de linhaça e chia. Há benefícios nas duas formas mais abundantes de ômega 3: EPA (ácido eicosapentaenoico) e DHA (ácido docosahexaenoico). O suplemento auxilia na nutrição materno-infantil, além de garantir um desenvolvimento adequado do sistema nervoso fetal e da visão. Também é essencial para a formação de neurônios e conexões cerebrais.
O DHA é uma das gorduras essenciais encontradas na retina dos olhos, sendo importante também para a manutenção da saúde visual. Outro benefício diz respeito à saúde vascular da gestante. O EPA possui efeito cardioprotetor, auxiliando na redução dos níveis de triglicerídeos, além de atuar na redução inflamatória do organismo.
Apesar dos inúmeros benefícios para a saúde, o metilfolato e o ômega 3 devem ser recomendados individualmente por médicos e nutricionistas. A dosagem personalizada contribui para a segurança da suplementação na gravidez, uma das fases mais importantes da vida da mulher. Se a gravidez está nos seus planos, não deixe de conversar com profissionais da área.
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