“Tenho 45 anos e muitos amigos já frequentam o geriatra. Qual a idade certa para mudar de médico? E o que fica diferente quando começo a ir nesse especialista?”
A.C., por whatsapp
Como boa parte dos geriatras é também especializada em clínica geral, você pode trocar de médico quando quiser, sem problemas.
O que diferencia a clínica geral da geriatria não é o enfoque no todo, que ambos devem estar aptos a fazer. O “a mais” da formação do geriatra é uma especialização aprofundada nas doenças mais frequentes entre as pessoas de mais idade – as quais, muitas vezes, um generalista não está apto ou não foi treinado a tratar. Entre os problemas que o geriatra se especializa, estão as doenças que
afetam a memória, as incontinências (principalmente a urinária) e os distúrbios de equilíbrio e de marcha, como as tonturas. Sem esquecer que todas essas questões, ainda que em menor proporção, também podem atingir pessoas jovens. Não há uma idade precisa para se procurar o geriatra. Você pode ir a esse tipo de especialista quando estiver com mais idade para tratar as doenças dessa faixa etária. Mas vale também se consultar com esse tipo de médico ainda jovem. Assim, além de ter o seu clínico geral, poderá conseguir um enfoque na prevenção das doenças típicas da terceira idade. Se o seu histórico familiar é repleto delas, pode valer a pena começar mais cedo.
Deixar pra depois o que se pode fazer hoje? O geriatra muitas vezes se depara com situações de final de vida e fica pensando: se esse paciente tivesse procurado ajuda uns 20 ou 30 anos atrás, talvez estivesse numa situação muito melhor hoje. Então, por que não se antecipar aos problemas e preveni-los? Frequentar o geriatra ainda jovem pode garantir uma vida mais longa e saudável, – e, consequentemente, uma velhice com mais qualidade.
Dr. Paulo Camiz é geriatra e professor da Faculdade de Medicina da USP. É também idealizador do projeto “Mente
Turbinada”, que desenvolve exercícios para o cérebro. Para ler outros artigos escritos por ele, acesse ogeriatra.com.br