A Iolanda sonhadora, artista e apaixonada pelo coronel Saruê, interpretada por Carol Castro, não deixou de existir. Mas envelheceu 30 anos e a vida não foi das mais gentis… É essa a personagem madura que Chrtistiane Torloni interpreta em Velho Chico. A atriz conta que estava com saudade dos folhetins clássicos, que têm o romance como foco principal, como é o caso dessa novela. “Se for
muita realidade, pergunto, onde é que eu sonho?”, diz a atriz, que permanece jovem aos 59 anos, mas se mostra modesta quando perguntam sobre sua beleza. “As pessoas são muito generosas comigo”, diz.
Você e Antonio Fagundes fizeram um casal inesquecível em A Viagem, em 1994, e agora voltam em uma etapa diferente da vida a trabalhar juntos. Isso traz muitas lembranças?
Sim, acho que nós temos uma química rara em cena. É muito bom ver um ator amadurecendo. Os nossos personagens em Velho Chico ficam juntos por 30 anos e de certa forma nós, como atores, estamos nos reencontrando depois de muito tempo. Sempre que isso acontece é muito gostoso. Tem luz no nosso encontro.
Um dos diferenciais da novela Velho Chico é trazer de volta os grandes romances para o horário nobre. Acha que o público estava carente de romantismo?
Acho que o público tem o direito de sonhar. Se a novela for feita só de muita realidade, a gente se pergunta: onde é que eu sonho nisso? E a gente também precisa sonhar. É igual a receita de brigadeiro. Podem inventar uma coisa ou outra, mas brigadeiro
é brigadeiro. E é isso o que as pessoas querem quando se trata de novela.
Sempre tem alguém elogiando a sua boa forma. Qual é o segredo de estar bonita desse jeito aos 59 anos?
As pessoas são muito generosas. Acho que o segredo da boa forma é trabalhar. Estou com peça, rodando um filme há um ano e me preparando para essa novela desde outubro do ano passado. Não está fácil [risos].
Mas você é muito regrada em sua alimentação…
Acho que isso não é ser regrada, simplesmente é uma questão de sobrevivência. A gente vive correndo de um lado para o outro. Sempre é bom ter uma comidinha gostosa e saudável por perto.
Mas não evita nada mesmo? Nem frituras?
Eu adoro uma batata frita com omelete [risos]. Agora tudo tem que ser na hora certa e no momento certo. Não dá para comer isso e
sair correndo para gravar uma cena. Gosto de ter minha sopa quentinha por perto nesses momentos para não comer errado.
E os modismos alimentares? É fã do suco verde, por exemplo?
Sempre fui verde [risos]. As pessoas mudam o nome das coisas. Há anos que o suco verde faz parte da minha vida, misturo couve
e verduras com frutas e bato. Deveria ser parte da vida de todas as pessoas!