“A gente deve mudar a alimentação quando começa a envelhecer?”
Todo mundo sabe que uma alimentação com restrição de sal é importante pra quem tem pressão alta ou doenças do coração. Também é de conhecimento geral que diabéticos devem evitar os carboidratos simples (principalmente os doces e industrializados). Enfim, tudo isso é verdade e vale também para a população idosa. Além disso, o que mais chama a atenção nessa fase é a perda muscular. Os músculos são os responsáveis por movimentos simples, como levantar da cadeira ou pegar alguma coisa no armário… A falta de exercícios é uma das causas, assim como a alimentação. É que com o passar dos anos e a frequente falta de atenção à saúde bucal, muitos idosos acabam perdendo os dentes e as próteses móveis (dentaduras) não são tão eficientes quanto os nossos dentes originais. Resultado: em busca de mais comodidade, passamos a nos alimentar principalmente de alimentos menos consistentes, que em geral são ricos em carboidratos e acabam virando gordura. As principais fontes de proteína (as carnes), que são a maior matéria-prima para os nossos músculos, são mais duras e difíceis de mastigar. Então, ficam de fora do prato. Enquanto os músculos estão sobrando na juventude, não prestamos tanta atenção neles. Mas, em idades mais avançadas, eles podem ser a diferença entre sair ou não do lugar.
FALTA VITALIDADE
Segundo números de 2015, quatro em cada dez idosos acima de 65 anos são sedentários. Uma má alimentação e falta de exercícios físicos podem levar a várias complicações, como dores articulares e na coluna, além de diabetes e hipertensão.
Dr. Paulo Camiz é geriatra e professor da Faculdade de Medicina da USP. É também idealizador do projeto “Mente Turbinada”, que desenvolve exercícios para o cérebro. Para ler outros artigos escritos por ele, acesse ogeriatra.com.br