As queimadas na Amazônia são um fenômeno sazonal, mas em 2024, a situação alcançou proporções ainda mais alarmantes. A região vive sua pior temporada de queimadas em 17 anos, e o impacto vai muito além das florestas em chamas: 10 estados brasileiros já são diretamente afetados pela fumaça.
A floresta amazônica registrou 59 mil focos de fogo desde janeiro até agora. O número é o maior desde 2008 — e ainda deve aumentar. Segundo especialistas, a fumaça vai seguir sobre o país até o fim da semana. Até aqui, há registros de fumaça nos seguintes estados:
- Acre;
- Amazonas;
- Mato Grosso;
- Mato Grosso do Sul;
- Minas Gerais;
- Paraná;
- Rio Grande do Sul;
- Rondônia;
- São Paulo;
- Santa Catarina.
O “corredor de fumaça” é uma combinação de gases tóxicos, como monóxido de carbono e dióxido de nitrogênio. A preocupação é notória, visto que o impacto, geralmente associado à qualidade do ar e meio ambiente, se estende à saúde pública.
As queimadas na saúde pública
Os impactos na saúde são amplos e vão desde desconfortos leves até condições potencialmente fatais. O efeito imediato da fumaça das queimadas é a redução da qualidade do ar, que se torna pesado, carregado de partículas que irritam os olhos, garganta e pulmões. Dores de cabeça, tontura, desorientação, e em casos extremos, intoxicação severa, também são comuns.
Um estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a inalação constante de material particulado fino (PM2.5), encontrado na fumaça de queimadas, pode levar a doenças respiratórias crônicas, cardiovasculares e até aumentar o risco de câncer de pulmão.
Além de novos casos de doenças como asma e bronquite, a poluição atmosférica pode aumentar os riscos de doenças cardiovasculares e reduzir a expectativa de vida. Crianças, idosos, e pessoas com doenças crônicas são os mais vulneráveis.
Em áreas urbanas, a poluição causada pela fumaça se soma às já existentes fontes de poluição, como o tráfego e as indústrias, potencializando o problema. No campo, a fumaça prejudica colheitas e pode afetar a qualidade dos alimentos, além de comprometer a saúde dos trabalhadores rurais.
Diante disso, como lidar com o problema no dia a dia para minimizar os efeitos?
Como proteger a saúde em meio à fumaça?
O cenário é desafiador, sobretudo para locais próximos aos focos de queimadas. Por isso, é importante adotar medidas para minimizar os impactos da fumaça no dia a dia. AnaMaria lista algumas das recomendações de especialistas:
- Permaneça em ambientes fechados: sempre que possível, fique em ambientes fechados, especialmente durante os horários de pico de fumaça. Mantenha as portas e janelas fechadas e use filtros de ar, se disponíveis.
- Use máscara: as máscaras N95 ou PFF2 são capazes de filtrar as partículas finas presentes na fumaça. Evite o uso de máscaras de tecido, que não oferecem a mesma proteção.
MANAUS
A Fiocruz Amazônia recomendou o uso de máscaras com sistema de filtragem especial N95 ou PFF2 em Manaus, que tem sofrido, mais uma vez, com a fumaça de queimadas que encobre o céu da cidade. As informações são do Portal G1 Amazonas.Desde o último sábado (10), a fumaça… pic.twitter.com/5ZsXcoQEUV
— oliberal.com (@oliberal) August 15, 2024
- Hidrate-se nem: a fumaça pode desidratar o corpo mais rapidamente. Beba bastante água para manter as vias respiratórias hidratadas e ajudar a eliminar toxinas. A hidratação também pode aliviar sintomas comuns, como a tosse seca.
- Cuidado com atividades físicas: evite exercícios ao ar livre, principalmente durante os dias em que a fumaça estiver mais densa. Opte por exercícios em ambientes fechados e bem ventilados.
- Procure ajuda médica: caso apresente sintomas como falta de ar, tosse persistente, dor no peito, ou cansaço extremo, procure ajuda médica imediatamente. Esses podem ser sinais de que a fumaça está afetando gravemente sua saúde.