“Minha mãe tem muitos problemas nos ossos. É hereditário, ou seja, também posso sofrer com isso?”
A fragilidade do sistema osteomuscular vem à tona, principalmente, com o envelhecimento. Independentemente do sexo, as pessoas atingem em geral um pico na formação de massa óssea por volta dos 30 anos de idade. A partir daí, há um declínio lento
e progressivo. Em muitos casos, entretanto, a deteriorização não afeta a qualidade do osso a ponto de chegar à osteoporose e a facilitar as fraturas. O que estimula a formação óssea é basicamente atividade física regular associada a uma dieta rica em cálcio
(leite e derivados, principalmente). A exposição ao sol ainda ajuda o organismo a absorver a vitamina D. Além da dieta pobre e do
sedentarismo, a perda de massa óssea é favorecida pelo tabagismo e pelo consumo excessivo de álcool. Apesar de ainda estar em estudo, algumas pesquisas sugerem que as bebidas gasosas também comprometem os ossos. No caso das mulheres, há ainda
um fator adicional, que é a queda de estrogênio com a menopausa, que acelera a perda de massa muscular. E, por fim, respondendo à sua pergunta, sim, questões hereditárias também interferem. Portanto, seria recomendável ir ao médico para uma avaliação precoce.
Sabendo dos fatores de risco e como evitar, fica mais fácil a prevenção. Em se tratando de fraturas, melhor prevenir do que “parafusar”…
Dá-lhe cálcio, mulherada!
Segundo o Ministério da Saúde, nove em cada dez mulheres não consomem a quantidade de cálcio adequada. E isso explica o
expressivo número de brasileiras com osteoporose: ao todo são 10 milhões de pessoas com a doença – um terço das mulheres
com mais de 50 anos sofre com isso. A quantidade recomendada pelos órgãos oficiais é 1 grama de cálcio por dia, o que equivale
de três a quatro copos de leite, por exemplo.
Dr. Paulo Camiz é geriatra e professor da Faculdade de Medicina da USP. É também idealizador do projeto “Mente Turbinada”, que desenvolve exercícios para o cérebro. Para ler outros artigos escritos por ele, acesse ogeriatra.com.br