Quando o assunto é sol, não dá pra bobear. Ainda que, na teoria, muita gente saiba da importância de se proteger contra os raios
agressivos, na prática, são poucos os que dão a devida atenção ao tema. De acordo com uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) em conjunto com o Datafolha, 6 em cada 10 pessoas não usam filtro solar no dia a dia. Além disso, mais de
6 milhões de adultos não tomam cuidado com o sol mesmo quando estão na praia, piscina ou cachoeira. Essa displicência toda tem seu preço: o Instituto Nacional de Câncer alerta que o número de mortes provocadas pelo câncer de pele aumentou 55% na última
década, passando de 2.140 para 3.316! “As principais causas são as exposições solares sem proteção e as queimaduras”, diz Caroline Assed, dermatologista e assessora da SBD. Ou seja, quem não se protege, corre muito mais risco de desenvolver a doença.
Protetor solar sempre!
Não importa se você vai à praia no auge do verão ou se pretende dar um passeio no parque à tarde num dia nublado. Aplicar o filtro solar deve ser um hábito diário, pois qualquer tipo de exposição à luz solar coloca em risco a saúde da nossa pele. A
diferença é que, quando essa exposição é mais intensa e direta, a reaplicação do produto deve ser feita sempre que necessário. Suou
demais ou deu um mergulho? Passe o protetor novamente. Se não, reaplique-o a cada 3 horas.
Atenção com os pequenos
Outro dado alarmante da pesquisa da SBD está relacionado aos cuidados infantis: 2 em cada 10 crianças e adolescentes de até 15 anos não se protegem do sol durante suas atividades de lazer. Um perigo! “A maior parte dos danos solares mais graves, que são
capazes de atingir nosso DNA, acontecem antes dos 20 anos”, ressalta a dermatologista. Por isso é tão importante proteger nossos
pequenos. “Até os 6 meses de vida, eles não podem se expor ao sol, e os pais não devem fazer aplicação de filtros. Depois disso, o ideal é evitar a luz intensa e usar produtos recomendados pelos médicos, adequados para a idade deles”, completa.
Como escolher o fator de proteção?
“A recomendação dos dermatologistas é não usar géis, sprays, pós ou loções com o FPS inferior a 30”, orienta Caroline. Mas, afinal, qual a diferença entre os fatores mais baixos e os mais altos? “O tempo com que cada pessoa pode ficar com o produto
sem necessidade de reaplicá-lo”, responde. Por exemplo: uma pessoa de pele muito clara se queima mais facilmente do que uma
de pele escura, mesmo com o filtro solar. Por isso, se estiver com um protetor fator 30, precisará reaplicá-lo em um intervalo de
tempo menor do que se estivesse usando um de fator 60. Na dúvida, o dermatologista pode avaliar seu tipo de pele e fazer a recomendação baseando-se nele.
Atenção: a melanina presente na pele negra funciona como uma proteção natural do corpo, mas não é suficiente para anular os riscos de desenvolvimento de câncer de pele. Todos precisam usar o protetor!
Outras recomendações
Antigamente, alguns produtos traziam as palavras “bloqueador solar” no rótulo. Há algum tempo a nomenclatura foi proibida, justamente porque nenhum creme ou gel, por mais eficaz que seja, tem o poder de bloquear completamente a ação do sol. Por isso, é bom frisar: não é porque está com o protetor que você ou sua família podem abusar. Evite a exposição solar entre 10h e 16h, quando os raios estão mais fortes. E, principalmente: abuse de chapéus, óculos de sol e até roupas fotoprotetoras.
Observe seu corpo!
São dois os tipos de câncer de pele: o melanoma e o não-melanoma, mais comum no Brasil. Este último aparece como uma lesão parecida a uma ferida, que pode sangrar. Já o melanoma se manifesta por meio de pintas. Pra reconhecê-las, use o método ABCDE,
que lista as características de uma “mancha” maligna: