Vida Vlatt, que eternamente será lembrada por sua personagem Ofrásia na TV, estreia juntamente com o radialista e ator Emerson França, uma nova comédia teatral em São Paulo. Com a proposta de fazer rir, “Dupla do Baralho” reúne cinco esquetes e propõe uma interação da plateia com os personagens que sempre agrada. A dupla representa diversos papeis com figuras inusitadas, como o idoso Super-Man e sua cuidadora, também idosa, a Mulher Maravilha, passando por um encontro de casais, dentre outros momentos hilariantes. Um dos pontos altos do espetáculo acontece quando Vida revive a eterna faxineira da TV brasileira, a fofoqueira Ofrásia, que ficou famosa na televisão ao lado de Clodovil, que na peça, volta do além, para acertar as contas com ela.
Após o sucesso de bilheteria de “Tô Velha, Mas Tô na Moda”, Vlatt retorna ao teatro Jardim Sul para mais um humorístico que promete dar o que falar. Conhecida como uma das maiores figuras do humor brasileiro, a artista conversou com a Ana Maria Digital sobre carreira, projetos e bastidores.
Dá pra viver do humor no Brasil hoje? E do teatro?
Não dá não. Aliás, às vezes se gasta mais do que se ganha, mas o artista precisa estar na vitrine, caso contrário, cai no esquecimento. Além disso o teatro é uma paixão na minha vida. Tive experiências maravilhosas no teatro. Amo de paixão ver o público dando gargalhadas e aplaudindo feliz.
Por que o gênero de comédia é o predileto dos brasileiros na sua opinião?
A comédia é um bálsamo na vida das pessoas. Todos têm seus problemas, medos e amarguras, mas quando são alvejados pelo humor, tudo fica mais leve. Eu não tenho dúvidas de que o gênero comédia seja o favorito entre os brasileiros. Aliás, o próprio povo brasileiro é muito engraçado e alegre.
Está na moda o formato de show com interação da plateia, que vocês fazem no espetáculo atual, como é isso?
Muitas pessoas gostam de participar e é nessa hora que o improviso acontece. Sempre levamos ao palco quem está disposto a brincar com a gente, mas é claro que vamos rir todos juntos com a pessoa e não dela. Sempre dá certo e a galera ama!
Conte alguma cena inesperada que aconteceu contigo no palco?
Uma vez eu estava num teatro muito antigo e quando me dei conta havia um morcego que voava dando rasante na minha cabeça. Tentei me controlar, para não sair gritando e correndo, mas graças a Deus ele ficou quieto e acho que assistiu à peça parado. Mas outra situação hilária foi que eu desci pra plateia e havia uma mulher com um cachorrinho escondido no casaco. Quando eu cheguei perto, ele rosnou e eu perguntei: “A senhora trouxe um cachorro?”. Ela disse “Não, quem fez o barulho foi minha amiga”. E eu disse: “Ela rosna sempre ou só hoje?”. Foi maravilhoso e as gargalhadas não paravam.
Conte algo de bastidores do trabalho com o Clodovil que você ainda não contou pra ninguém por favor e conta com exclusividade para os leitores de Ana Maria?
Eu sempre fui meio louca (risos). Uma vez entrei no camarim e o Clô estava no banheiro, sentado na privada, com a porta aberta. Eu fingi que tinha tirado uma foto dele e falei que iria mandar pra mídia. Ele ficou louco, mas quando percebeu que era brincadeira, riu muito e disse que eu era bem capaz disso!
Você já sofreu com o etarismo? O que acha disso?
Sofro permanentemente, mas eu não ligo. Aproveito pra tirar um sarro. Aliás, foi por essa razão que eu escrevi a peça “Tô Velha, Mas Tô Na Moda”, que graças a Deus foi um sucesso e vai voltar. Espero ter vocês todos na plateia. E agora estou no Teatro Jardim Sul, aos sábados, com “Dupla do Baralho”, juntamente ao Emerson França, meu grande amigo.
Serviço:
Dupla do Baralho (curtíssima temporada)
Datas: 24 e 31 de agosto, às 20h30
Classificação 16 anos
Local: Teatro Jardim Sul – Rua Itacaiúna, 61, Vila Andrade – São Paulo
Estacionamento no local