Crianças que tocam instrumentos geralmente são influenciadas por pais, tios ou avós músicos, o que reforça uma tradição familiar que costuma passar de geração para geração. Basta lembrarmos da Maria Rita, filha de Elis Regina, e dos irmãos Sandy e Junior, filhos do sertanejo Chitãozinho. Mas, e o inverso, será que existe? É possível os filhos influenciarem pais e mães a tocarem algum instrumento?
Isso aconteceu com Cristiane, mãe do João, de 11 anos, que toca teclado e baixo na School of Rock, escola de música presente em mais de 10 países e que já é reconhecida por ensinar a principiantes de todas as idades. Cristiane começou a fazer aulas de canto na escola depois de ver o marido e o filho tocarem juntos no festival de apresentação das bandas. “É preciso perder o medo de começar algo novo e de dar o seu melhor, sem esquecer que ainda está aprendendo. E fazer tudo isso dentro de um grupo, onde todos devem chegar a um acordo e se apoiar, faz toda a diferença”, afirma ela, que já havia feito aulas de teclado e violão no passado, mas só agora, na companhia de uma banda, que conseguiu se empolgar de verdade com o universo da música. “Em casa, a gente comenta das aulas, dos ensaios. Isso criou mais um assunto na família, mais uma coisa que nós temos em comum”, diz Cristiane.
Veja também:
6 receitas para brunch no Dia das Mães
Venda porta a porta: um negócio de família
Formas de lidar com o luto
União e motivação
As demandas do dia a dia de um adulto que trabalha e cuida da casa e da família aumentam, de fato, o desafio de aprender um instrumento. Mas, de acordo com Débora, nova aluna de bateria e mãe da Catarina e do Gustavo, que estudam música desde os 3 anos, todo esforço é recompensado. “Tinha dias que eu ia para a aula muito cansada, mas saía totalmente diferente, descansada, leve”, conta. Ela faz aula no mesmo horário dos filhos, o que acredita ser um ótimo incentivo de união e de motivação entre eles. “Meus filhos adoram mostrar o que aprendem para mim e se sentem super motivados ao me verem tocar”, acredita. Débora acha que até a rotina dentro de casa melhorou depois de começarem a tocar juntos. “Gustavo e Catarina passaram a admirar o conhecimento que adquiri nas aulas de bateria e buscam mais por meu reconhecimento no que fazem. Com isso, ganhei mais pontos na obediência em casa. É algo que construímos juntos. Tornamo-nos um grupo mais concreto na visão deles”, conclui.