Maria Flor relembrou o preconceito que presenciou durante os anos em que namorou o ator Jonathan Haagensen. O desabafo aconteceu em uma publicação no seu Instagram, no último sábado (16).
Segundo Maria Flor, o relacionamento, que durou três anos, passou por diversas situações preconceituosas por causa da cor da pele de Jonathan e o lugar onde vivia, o Vidigal.
“A gente foi percebendo que não era normal a gente junto em um restaurante, que não era comum, a gente fazendo compras no mercado, que não era tranquilo ele dirigir o carro porque seríamos parados na blitz se ele estivesse dirigindo e não eu”, relata a atriz.
Ela ainda contou um momento em que foram presos por desacato a autoridade. Maria relatou que ambos foram parados na entrada do Vidigal por policiais, e Jonathan teve que sair do carro para ser revistado. “Aquilo era humilhante.”
Maria Flor seguiu seu relato contando que, neste episódio, ela também desceu do carro e indignada começou a gritar com o policial, que os levou para a delegacia.
“Nunca vou esquecer o rosto do Jonathan. Tudo que ele tinha passado a vida evitando eu tinha feito acontecer por um capricho meu, por não olhar para tudo a minha volta e perceber que a coisa era muito mais grave. Que abaixar a cabeça tinha sido a realidade dele e eu achei que poderia salvá-lo disso. Eu, branca, garota da zona sul do Rio de Janeiro, achei que podia fazer justiça. Mas não, eu não podia, e eu só fiz ele passar por uma humilhação que eu jamais entenderia.”
Em seu relato, a atriz ainda afirmou que existe um descaso diário na sociedade. “Não percebemos o racismo estrutural que existe em nós.”
“Hoje eu acho que nosso namoro terminou pela nossa incapacidade de perceber essa gigante distância social que existe na cor da nossa pele”, finalizou.
Maria Flor e Jonathan Haagensen tiveram um relacionamento que durou três anos, após se conhecerem durante as gravações do filme “O Diabo a Quatro”, de 2004.