O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, está passando por um dos maiores incêndios de sua história. Desde quinta-feira (12), 10 mil hectares do bioma já foram devastados pelas chamas. A área, que é uma das principais reservas naturais do Cerrado, enfrenta um cenário preocupante, com as equipes de combate ao fogo lutando contra o difícil acesso e a extensão da linha de fogo.
O que está acontecendo na Chapada dos Veadeiros?
O incêndio, que começou na semana passada, ainda não teve a causa determinada, conforme informou a administração do parque em nota. As operações de combate às chamas na Chapada dos Veadeiros estão sendo realizadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), pelo PrevFogo, vinculado ao Ibama, e pelo Corpo de Bombeiros de Goiás. Além disso, duas aeronaves do ICMBio estão sendo utilizadas para lançar água sobre as áreas atingidas.
No solo, o esforço inclui cerca de 55 brigadistas e voluntários, organizados pela Rede Contrafogo e pelo Instituto Biorregional do Cerrado (IBC). Nayara Stachesk, chefe do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, afirmou ao portal de notícias G1 que o combate ao incêndio tem sido extremamente desafiador. O motivo é o difícil acesso à linha de fogo, o que força os brigadistas a caminhar até 20 km para alcançar as áreas críticas.
Situação crítica e previsão de aumento
Apesar dos esforços, o incêndio ainda não está sob controle. Segundo Stachesk, o fogo deve continuar a se espalhar, especialmente devido à combinação de clima seco e ações criminosas. Além disso, a falta de um helicóptero para apoio aéreo dificulta as operações, já que a aeronave disponível se acidentou em julho.
O trânsito na rodovia GO-118, que liga Alto Paraíso de Goiás a Teresina de Goiás, foi interrompido devido à proximidade das chamas. A situação na Chapada dos Veadeiros é agravada pela seca recorde no Brasil, que contribuiu para o aumento de 103% nos focos de incêndio em comparação com o mesmo período de 2023.
O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, conhecido como ‘berço das águas’, corre o risco de perder até 34% do fluxo dos rios até 2050, de acordo com o Instituto Cerrados. Em 2024, o monitoramento do Inpe já detectou quase 49 mil focos de queimada no bioma, ficando atrás apenas da Amazônia.
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