Já se foi o tempo em que a necessaire de boa parte das brasileiras é recheada de embalagens em inglês. Ou que precisamos de alguém que pretende viajar para fora do país e pedir para a boa alma ir atrás de um produto que só vende nos Estados Unidos ou na Europa – isso, de fato, ainda acontece, mas por que ir atrás de algo que já temos virando a esquina?
A verdade é que a indústria brasileira de maquiagem nunca esteve tão grande e os números falam por si só: o Brasil é o 4º maior mercado de beleza do mundo e só fica atrás de países como Estados Unidos, que tem maquiagem saindo para fora das farmácias, China e Japão, que também é conhecido como “a mãe do skincare”.
Ou seja, não dá para competir? Isso é o que algumas pessoas pensam, mas dados da Abihpec mostram que a movimentação anual do setor está em torno de 27 bilhões de dólares no Brasil – um pouco abaixo do 3º lugar. Ainda de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, nossos produtos chegam a 174 países diferentes.
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E se precisarmos depender de representantes, como Niina Secrets, de maquiagem e skincare nacional, a indústria brasileira só tem a crescer. Cabeça por trás daquela que é considerada uma das melhores bases nacionais, Niina começou a produzir conteúdo para a internet aos 15 anos e, quinze anos depois, o sucesso a percorre da mesma maneira, mas como empresária no ramo da beleza.
Niina Secrets também acredita com unhas e garras na maquiagem nacional. E, claro, até pode ser por causa do trabalho dela, mas a influenciadora não descarta a possibilidade de evolução: “Temos muita tecnologia e muita inovação, mas temos muita coisa para crescer e melhorar.”
Confira a entrevista exclusiva à Revista AnaMaria com Niina Secrets na íntegra:
Revista AnaMaria: Como você analisa o mercado nacional de maquiagem lá atrás, quando você começou, em comparação com hoje em dia?
Niina Secrets: Nossa, muita coisa mudou! Lá atrás, quando eu comecei, era um mercado muito diferente. Com menos opções e eu acredito que, ao longo desses 14 anos, a make nacional evoluiu demais. A gente tem marcas muito incríveis, marcas que começaram agora, marcas mais antigas e tradicionais que estão se renovando. É muito legal acompanhar essa revolução.
Revista AnaMaria: Para você, o que significa praticidade na maquiagem? Como você analisa essa característica nas marcas nacionais?
Niina Secrets: Eu acredito que a praticidade tem muito mais a ver com a nossa vida, que está cada vez mais corrida. A gente tem cada vez menos tempo para fazer as coisas, muitos compromissos. Então, a gente quer algo multifuncional, que dá para usar na boca, no rosto e nos olhos. Queremos algo rápido, fácil e que entregue qualidade. Eu acredito que seja um movimento mesmo do mercado de trazer tudo isso.
Revista AnaMaria: Tem alguma coisa em específico que você valoriza na maquiagem nacional? Algo que só nós temos, talvez?
Niina Secrets: Eu acho que o nosso diferencial é que o brasileiro gosta de cor, gosta de se divertir através da maquiagem e de experimentar coisas novas. E isso, para mim, é muito incrível, porque eu posso produzir produtos cada vez mais diferentes e inovadores.
Revista AnaMaria: A briga entre maquiagem nacional e internacional é longa e antiga, até mesmo entre pessoas daqui do Brasil. Qualidade a gente tem. O que você acha que falta para os brasileiros passarem a valorizar a make nacional?
Niina Secrets: Isso é complicado, porque, realmente, eu acredito que as marcas nacionais, hoje, estão entregando muita qualidade e batendo de frente com as marcas gringas. Eu acho que falta o brasileiro valorizar mesmo o mercado nacional. É um movimento que já está acontecendo e vai acontecer cada vez mais ao longo dos anos, mas, realmente, há alguns anos atrás, a gente não tinha essa qualidade. Hoje, o público ainda está entendendo que nós estamos entregando tudo, sim!
Revista AnaMaria: Atualmente, o Brasil já é o 4° maior mercado de cosméticos do mundo. Como você analisa o futuro do mercado de maquiagem nacional e o que podemos esperar dele?
Niina Secrets: Eu acho que a gente tem muita coisa para alcançar ainda. Primeiro, é realmente conquistar o nosso público, o povo brasileiro, para que aconteça essa “troquinha”, essa mudança de chave, para que os brasileiros valorizem o mercado nacional. Temos muita tecnologia e muita inovação, mas temos muita coisa para crescer e melhorar.
Revista AnaMaria: E o que você diria para uma pessoa que quer comprar um mesmo produto, mas está em dúvida se deve adquiri-lo de uma marca gringa ou brasileira?
Niina Secrets: Galera, vamos valorizar o mercado nacional, né? Porque, assim, a gente consegue desenvolver cada vez mais produtos melhores, com mais tecnologia e embalagens diferentes. Então, vamos incentivar o mercado nacional para todo mundo crescer junto.
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