O Parkinson é um distúrbio neurológico crônico e progressivo que atinge o sistema nervoso central e compromete a mobilidade do indivíduo.
“A doença surge pela morte dos neurônios da região que são responsáveis pela produção de um neurotransmissor chamado dopamina, cuja função é, principalmente, regular os movimentos. A causa da morte dos neurônios é desconhecida e os sintomas mais frequentes são tremor e rigidez do corpo”, esclarece Luiz Fernando Haikel Junior, neurocirurgião do Hospital Dom Alvarenga (SP).
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que cerca de 1% da população mundial com mais de 65 anos tem a doença. No Brasil, estima-se que aproximadamente 200 mil pessoas sofram com o problema.
Como a cura ainda não foi descoberta, o diagnóstico e tratamento precoce são peças fundamentais para evitar o agravamento dos sintomas e trazer mais qualidade de vida para as pessoas.
QUEM PODE TER?
A doença pode se manifestar a partir dos 55 anos, mas a sua maior incidência é entre os 70 e 75 anos. Ou seja, o risco aumenta com a idade. Apesar de acometer homens e mulheres de todas as etnias, os homens estão mais propensos a desenvolvê-la.
“Fatores ambientais, como exposição a agrotóxicos, metais pesados e contato com determinados vírus e bactérias ao longo da vida, e genéticos (quando a pessoa tem parente próximo com a doença) também podem facilitar para que o indivíduo tenha Parkinson”, afirma Luiza Gonzaga Piovesana, neurologista do Residencial Senior Terça da Serra (SP).
OS SINTOMAS
Variam de um paciente para o outro. Geralmente, no início, eles se apresentam de maneira lenta e o paciente tem dificuldade de saber a época em que apareceram pela primeira vez. São eles:
- Tremores de repouso nas mãos;
- Rigidez muscular;
- Lentidão dos movimentos;
- Face sem expressão;
- Tontura;
- Diminuição do tamanho das letras ao escrever;
- Nas fases mais avançadas, outros sinais podem aparecer, como dificuldade de deglutição, distúrbios de fala e sono, e depressão.
DESCOBRINDO A DOENÇA
O diagnóstico baseia-se nos relatos dos pacientes, dos familiares e pela avaliação clínica feita pelo neurologista no consultório.
“Geralmente, a ressonância magnética e a tomografia são realizadas com o intuito de descartar outras doenças. Exames para avaliar a função dos neurônios produtores de dopamina também costumam ser feitos”, diz Haikel.
OS TIPOS DE TRATAMENTO
O tratamento é feito com medicação para melhorar o equilíbrio entre os neurotransmissores, especialmente para repor a dopamina.
“É essencial praticar atividades físicas e fazer fisioterapia, fono (para melhorar a voz e a fala) e psicoterapia para quem tem depressão associada. Já a cirurgia está restrita aos pacientes que param de responder aos medicamentos e àqueles que sofrem devido aos efeitos colaterais e complicações”, explica Mateus Dal Fabbro, neurocirurgião do Hospital São Francisco de Mogi Guaçu (SP).
Existe também o implante de marca-passo, mas não é útil para todos os pacientes. O médico precisa ser consultado.
MEIOS DE PREVENÇÃO
Como ainda não é possível afirmar a causa da morte dos neurônios responsáveis pelo diagnóstico do Parkinson, não há prevenção certa para essa doença. Para os especialistas, o ideal é levar a vida de forma mais saudável possível.
CONVIVENDO COM AS LIMITAÇÕES
- Busque fontes de informação de qualidade e grupos de apoio, como a Associação Brasil com Parkinson e o grupo Vibrar com Parkinson. Entendendo a doença, você fica menos angustiada e ansiosa;
- Procure apoio psicológico. Isso vai fazer com que você não deixe o distúrbio controlar sua vida;
- Pratique exercícios físicos, pois ajuda a preservar a qualidade dos movimentos, tome os medicamentos corretamente e tenha uma rotina de alimentação regrada;
- Mantenha a atividade intelectual: leia e acompanhe o noticiário;
- Participe das tarefas domésticas e mantenha a vida social ativa;
- Nos casos mais avançados, a casa do paciente deve ser adaptada com corrimão, luz de sinalização, ajuste da altura dos assentos e na cama.