Hoje em dia existe um consenso entre as mais diversas associações médicas: a mamografia é um dos exames mais importantes para prevenção e rastreamento do câncer de mama.
O método permite o diagnóstico precoce, além de identificar lesões precursoras, evitando a doença avançada e prevenindo possíveis mortes. A análise ainda possibilita, em muitos casos, que a quimioterapia não seja necessária.
Apesar de a mamografia utilizar radiação, a quantidade utilizada para realização do procedimento é bastante baixa e não agrega risco. Mesmo que o processo seja realizado anualmente, não existe risco de câncer induzido causado pela radiação utilizada no exame.
Inclusive, existe um mito circulando sobre o assunto. Trata-se de uma informação totalmente falsa. Outra mentira: a biópsia de lesões suspeitas poderia gerar um câncer ou espalhar um tumor já existente no organismo.
Diversos estudos científicos muito bem realizados já provaram que a biópsia, mesmo de um tumor maligno, não causa nenhum tipo de dano ao paciente. Ao contrário, ela permite o diagnóstico e auxilia na tomada de decisões relacionadas ao tratamento.
Mais fake news: o autoexame das mamas teria a mesma qualidade para diagnóstico e, por isso, a mamografia seria desnecessária. Na verdade, a palpação só identifica nódulos acima de 2 cm, enquanto o exame consegue detectar lesões menores do que 1 cm. Já há muito tempo o autoexame não é mais recomendado por nenhuma sociedade médica de países considerados desenvolvidos.
Assim, hoje, programas para prevenção e rastreamento de câncer devem ser norteados pelos governos e, consequentemente, envolver, além da mamografia, também o papanicolau e a colonoscopia.
Seguindo as regras dos programas de rastreio para cada um deles, você reduzirá bastante seus riscos de ter um câncer avançado e de difícil tratamento. Seja feliz e viva saudável, nunca se esqueça de seguir as orientações de seu médico.
ALEXANDRE PUPO Ginecologista do Hospital Sírio-Libanês, obstetra, membro do corpo clínico do Hospital Albert Einstein. Ele também é mastologista e membro titular do núcleo de mastologia do Hospital Sírio-Libanês.