Os compromissos com a carreira e segurança financeira levam muita gente a postergar os planos pessoais. Isso acaba arrastando a mulher aos limites de sua capacidade biológica de conceber.
Mas é possível afirmar que o limite para conceber é quando o último óvulo é liberado pelo ovário e a menopausa se instala. Daí em diante, a gestação só poderá ocorrer com a doação de um óvulo e por meio de técnicas artificiais.
Porém, o declínio natural da fertilidade se inicia bem antes disso, de forma lenta, aos 31 anos. E se acentua aos 35 anos, atingindo o ápice aos 39. As taxas de abortamento natural e os riscos de malformação cromossômica, como a síndrome de Down, também crescem.
Mas esse processo não é pontual, logo não há um ponto definido pela medicina de quando se deve parar de tentar engravidar. A natureza é que definirá isso.
O que temos são dados científicos que mostram que, aos 35, a curva de fertilidade acentua sua queda e, após os 39 anos, mesmo com técnicas de estimulação ovariana e fertilizações in vitro, os índices de gravidez desabam.
A isso se somam dados obstétricos, em que a medicina crava que a, partir dos 35 anos, a mulher deve ser considerada em idade avançada para conceber, classificando a gestação como de alto risco (aumento da chance de desenvolver diabetes, pré-eclâmpsia, parto prematuro).
A causa? O envelhecimento natural do corpo, que diminui a capacidade da mulher de absorver as alterações que a gestação causará, gerando uma sobrecarga a ele.
Então, de que forma é possível se preparar para enfrentar as necessidades da vida moderna e as de gestar um filho tardiamente? A medicina mudou e avançou.
Evoluímos de um conceito de “gestante idosa” após os 29 anos para “gestação de risco” depois dos 35. E já se discute avançar a idade para 38 anos. Há meios de conduzir a mulher a um envelhecimento mais sadio.
Portanto, a dica é: equilibre as necessidades profissionais, pessoais e sociais para que a vida traga a você o melhor.
ALEXANDRE PUPO é ginecologista do Hospital Sírio-Libanês, obstetra, membro do corpo clínico do Hospital Albert Einstein. Ele também é mastologista e membro titular do núcleo de mastologia do Hospital Sírio- Libanês. É diretor clínico da Clínica Souen, onde atende: www.clinicasouen.com.br