Ao contrário do que muitos pensam, a queda dos cabelos é algo perfeitamente normal. De acordo com a dermatologista e tricologista Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, é comum cada pessoa perder cerca de 60 a 100 fios de cabelo por dia.
No entanto, se o número de fios caindo diariamente passar da quantidade habitual de queda, algo pode estar errado.
“Uma dica para saber se seu cabelo está caindo mais do que deveria é o teste de tração. Para realizá-lo basta unir seus cabelos em uma pequena mecha de cerca de 60 e puxar, deslizando suas mãos até as pontas dos fios. Se neste processo saírem mais de seis fios é sinal que você deveria buscar um tricologista”, explica.
De acordo com ela, é importante ressaltar ainda que a queda de cabelo não ocorre repentinamente, pois os fios crescem em ciclos, podendo então levar até três meses para que o cabelo comece a cair por conta dos motivos citados acima.
Ao notar queda excessiva dos fios, não se desespere. O ideal é acompanhar este processo e consultar um tricologista sempre que houver a suspeita de uma queda aumentada”, diz.
O especialista poderá realizar uma avaliação, diagnosticar o que está realmente causando a queda e indicar o melhor tratamento para o seu caso.
Mas, afinal, por que esta queda excessiva dos cabelos ocorre? AnaMaria Digital conversou a especialista e pontuou as principais causas. Confira.
GENÉTICA
Existe a chance de você ser geneticamente predisposto a sofrer com afinamento e queda capilar. Kédima explica que significa que ocorrerá uma redução progressiva do volume dos cabelos com o passar do tempo.
“Nestes casos o que acontece é que os folículos, devido a sensibilidade aos hormônios masculinos adquirida geneticamente, passam a diminuir de forma gradual, assim produzindo fios menores e mais finos a cada ciclo de crescimento dos cabelos”, esclarece.
DESEQUILÍBRIO HORMONAL
Isso pode causar alterações em todo o organismo, inclusive nos cabelos. Os hormônios possuem um papel fundamental na regulação do ciclo de crescimento capilar.
“Enquanto os estrogênios, hormônios femininos, ajudam a manter os cabelos na fase de crescimento, pelo tempo necessário. Já os andrógenos, hormônios masculinos, podem encurtar o ciclo de crescimento capilar, fazendo com que os fios cheguem a fase de queda mais rapidamente. Dessa forma, o excesso de hormônios andrógenos pode causar a perda dos cabelos”, explica a médica.
FALTA DE FERRO E VITAMINA B12
De acordo com Kédima, uma das principais e mais comuns causas da queda de cabelo em mulheres é a deficiência de ferro no sangue, visto que o nutriente é fundamental para a produção de proteína para as células capilares.
A ausência de vitamina B12 está diretamente relacionada à queda capilar, pois o nutriente é fundamental para garantir a saúde dos glóbulos vermelhos do sangue, responsáveis por carregar o oxigênio para nutrir os mais diferentes tecidos do corpo, incluindo os folículos capilares. “Este problema é muito comum em veganos, já que a vitamina B12 é obtida de fontes proteicas animais”, afirma.
HIPO E HIPERTIROIDISMO
A glândula tireoide ajuda a regular o metabolismo do corpo, controlando a produção de proteínas e o uso de oxigênio pelos tecidos.
“Logo, qualquer desequilíbrio nessa glândula pode afetar os folículos capilar. Além disso, o hipotireoidismo pode levar a um quadro anêmico do paciente, o que, devido a deficiência de ferro, também pode afetar o cabelo”, declara a especialista.
ESTRESSE
Quando estamos estressados, há um aumento dos níveis de cortisol, o que pode causar queda capilar. Além disso, o estresse pode promover o aparecimento de problemas no couro cabeludo, como caspa, o que também possui um impacto negativo nos cabelos.
IDADE
É importante ter em mente que conforme nós envelhecemos, nossos cabelos também envelhecem, tornando-se naturalmente mais finos e consequentemente caindo. É uma parte completamente normal do processo de envelhecimento.
“Quando a mulher entra na menopausa, por exemplo, começam a ocorrer mudanças no organismo que também afetam os cabelos. Sendo assim, a queda de cabelo torna-se mais prevalente após este período”, completa Nassif.