A pílula anticoncepcional chegou ao mercado nos anos 60 e revolucionou a saúde e o comportamento das mulheres. Elas passaram a ter mais autonomia sobre o próprio corpo, com a tomada de decisão a respeito de querer ou não ter filhos, gerando também uma mudança na relação com o sexo, principalmente sem a condição de estarem casadas.
No Brasil, seu comércio teve início em 1962. Hoje, o anticoncepcional está sendo questionado, levando em conta seus riscos. Além disso, as mulheres procuram uma partilha de responsabilidade sobre a contracepção com os homens, já que questões de saúde da mulher voltaram a ganhar força.
Conversamos com os ginecologistas e obstetras Alberto Guimarães, Domingos Mantelli e Maysa Rodolfo sobre o método contraceptivo.
PODE CAUSAR INCHAÇO
Verdade – Geralmente, os principais efeitos colaterais são: inchaço, diminuição da libido, dores de cabeça e irregularidade menstrual com escapes. Vale ressaltar que o aumento de peso não deve ser exagerado. Se isso ocorrer, fale com o médico. Talvez seja o caso de rever a prescrição.
A PÍLULA SERVE PARA EVITAR A GRAVIDEZ
Verdade – Ela é composta por hormônios sintéticos que simulam os nossos hormônios naturais: estrogênio e progesterona. Quando estes compostos estão no organismo, a ovulação e a preparação do útero para a gestação não ocorrem.
PODE SER CONSIDERADO UM MÉTODO ABORTIVO
Mito – O anticoncepcional não permite a ovulação e, consequentemente, não há fecundação e formação do embrião. Como não há gravidez, também não ocorre abortamento.
A PÍLULA É 100% EFICAZ
Mito – Não existe nenhum método contraceptivo que seja 100% competente. No entanto, sua eficácia é superior a 99%, quando tomada corretamente. O efeito protetor depende do uso diário, de preferência no mesmo horário, respeitando o período de pausa, se houver. Além disso, é aconselhável usar preservativo nas relações sexuais no primeiro mês de utilização da pílula.
Vale lembrar os principais fatores que podem alterar o efeito do medicamento: consumo excessivo de bebidas alcoólicas, vômitos ou diarreia após a ingestão da pílula, atraso para tomar ou esquecimento e uso de algumas medicações, que podem diminuir o efeito, como antibióticos, remédios para tratamento e prevenção de crises convulsivas, para controle de HIV e alguns fitoterápicos.
O ANTICONCEPCIONAL PRECISA SER CORTADO POR ALGUNS MESES PARA O ORGANISMO “RESPIRAR”
Mito – Não há nenhuma comprovação científica demonstrando que o uso contínuo de anticoncepcional traz algum risco à saúde. Além disso, a ingestão da pílula não afeta a chance de uma mulher saudável e em idade fértil engravidar futuramente.
EXISTE FASE MÍNIMA E MÁXIMA PARA TOMAR A MEDICAÇÃO
Verdade – Pode ser utilizada precocemente pelas meninas que planejam iniciar ou já iniciaram a vida sexual e nas mulheres até a fase de climatério e menopausa.
É NORMAL TER UM PEQUENO SANGRAMENTO DURANTE A CARTELA
Verdade – Às vezes ocorre o chamado “spotting”, que significa escape. A troca ou o recomeço do uso do anticoncepcional pode causar sangramento vaginal bem leve porque o corpo está se adaptando aos níveis hormonais do contraceptivo. Em geral, a regularização ocorre no ciclo seguinte.
A PÍLULA PREVINE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
Mito – O que previne o contágio de DSTs é o preservativo. Portanto, a prevenção dupla (anticoncepcional + camisinha) sempre é a melhor opção.