“Meu filho não cresce. Estou ficando preocupada. Será que ele tem algum problema de saúde?” L. S., por e-mail
Uma das principais procuras ao consultório são os distúrbios de crescimento. Com as melhorias das condições de vida (vacinação, saneamento, alimentação), a população está ficando mais alta, evidenciando a diferença de altura com aqueles com déficit de crescimento.
É importante que as crianças sejam acompanhadas desde o nascimento por um pediatra e tenham seu peso e estatura anotados em cada consulta para que, assim, seja possível avaliar o seu desenvolvimento.
É hora de suspeitar que existe alguma coisa errada no desenvolvimento da criança quando: seu filho for o menor da turma do colégio entre os colegas do mesmo sexo; se ele demora muito para perder roupas e sapatos; se é muito pequeno para pais bem altos ou se ele foi um bebê pequeno para a idade gestacional e não recuperou o crescimento nos primeiros 2 anos de vida.
O crescimento pode ser comprometido por vários fatores e o tratamento depende da causa da baixa estatura. Muitos pais pensam que o médico vai prescrever o hormônio de crescimento para toda baixa estatura e não é assim que acontece.
O especialista precisa entender o histórico do paciente, examiná-lo minuciosamente e, se realmente houver o problema, pedir exames para descobrir se a causa é endócrina, não endócrina ou idiopática (sem causa conhecida).
Às vezes, a baixa estatura é subestimada. Escuto pais de pacientes falarem: ”viemos por desencargo, pois somos baixos” ou “nos disseram que não teria como ele ser alto pela altura dos pais”.
Há doenças que estão por trás do problema e influenciam o desenvolvimento das crianças. Por isso, é importante que os pais busquem ajuda e entendam que não é uma questão estética, e sim um tratamento de saúde.
FERNANDA ANDRÉ é endocrinologista pediátrica. Mestre em endocrinologia e especialização em endocrinologia pediátrica pela UFRJ. Título de especialista em endocrinologia pediátrica pela Associação Médica Brasileira (AMB).