O linguista americano Noam Chamsky fez uma análise sobre a atual situação do Brasil em entrevista para o jornal a Folha de São Paulo, publicada nesta quarta-feira (28).
Considerando o fundador da linguística moderna, ele é professor emérito do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e na Universidade do Arizona, ambas nos Estados Unidos. Além disso, Chamsky também é filósofo, ativista da esquerda e já escreveu mais de cem livros em seus 90 anos de vida.
Casado com a tradutora carioca Valéria Chomsky, Noam faz visitas regulares ao Brasil. Em 2018, última vez que esteve em solo nacional, reuniu-se com os então candidatos Fernando Haddad e Ciro Gomes. Ele também fez uma visita para o ex-presidente Lula na prisão, em Curitiba.
Quando questionado sobre sua impressão em relação ao Brasil de hoje, ele foi taxativo. “Dez anos atrás, o Brasil era um dos países mais respeitados do mundo e Lula era um dos principais estadistas no palco global. Agora, o Brasil virou motivo de chacota. Está se transformando em pária internacional e pode até sofrer boicotes por causa da Amazônia”, disse.
Ainda sobre a situação das queimadas na floresta amazônica, o linguista usou um tom preocupado. “Se a crise continuar, o mundo inteiro vai sofrer. Estamos chegando a um ponto em que os danos ambientes são irreversíveis. Se passar disso, será o fim da vida humana organizada no planeta”, disse.
Chomsky apontou nomes como o presidente brasileiro e o americano, Jair Bolsonaro e Donald Trump, como os maiores criminosos da história por negarem a existência do aquecimento global. “Hitler queria matar todos os judeus, mas essas pessoas estão dizendo: “Vamos matar toda a sociedade, destruir tudo e ter lucros”.