Quem me acompanha já leu aqui sobre depressão e seus tratamentos. Por exemplo, além dos medicamentos que, muitas vezes, infelizmente, são necessários, falamos muito sobre a importância da atividade física, de seguir uma alimentação adequada e ter disciplina na hora de dormir.
Mas também é fato que muitos complementos alimentares são de extrema importância. E é sobre eles que vou falar (estudos mostram os benefícios de certas vitaminas no tratamento da doença).
A começar pelo ômega 3, que é encontrado na gordura dos peixes. Associar um subtipo do nutriente (EPA) a antidepressivos ajuda no tratamento da depressão. Outro exemplo é a vitamina D, aquela que nosso próprio corpo produz quando tomamos sol na medida correta.
Ela é fundamental em vários processos químicos do organismo, mas o fato é que vivemos uma epidemia de carência dessa vitamina: estima-se que 80 a 90% das pessoas tenham esse problema. Assim, associar a vitamina D a antidepressivos também otimiza o tratamento da depressão.
Todos nós precisamos da vitamina B9 ativa em nossas células. É o chamado metilfolato, um agente potencializador dos tratamentos para depressão. No entanto, nem sempre temos acesso a essa vitamina nos alimentos.
Além disso, há uma porcentagem de pessoas que, por questões genéticas, não conseguem “ativar” o nutriente. Por isso, é fato que alguns pacientes precisam associar o metilfolato em doses certas ao tratamento com antidepressivos.
De qualquer forma, vale enfatizar: cada um é um. O tratamento da depressão é personalizado e, independentemente de estudos e relatos, jamais se automedique. Nenhum complexo vitamínico substitui o acompanhamento especializado.
Até porque, em doses altas demais, as vitaminas podem até trazer inúmeros problemas de saúde. Procure sempre um especialista para orientá-la da melhor forma possível.
LUIZ SCOCCA é psiquiatra com mais de 20 anos de atendimento em consultório próprio, além da participação em grupos de estudo, congressos e projetos sociais. Formado pela USP e membro das associações brasileira e americana de psiquiatria: ABP e APA.