Nos últimos dez anos, o Brasil tem observado um aumento significativo nos casos de sífilis. Segundo o Boletim Epidemiológico de Sífilis 2023, publicado pelo Ministério da Saúde, entre 2012 e 2022 foram registrados 1.273.027 casos de sífilis adquirida, 537.401 casos em gestantes e 238.387 casos de sífilis congênita.
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) que pode se manifestar de diferentes formas, sendo classificada em quatro estágios distintos:
1. Sífilis Primária: Caracteriza-se pela presença de uma ou mais feridas indolores chamadas de cancro, que geralmente surgem no local da infecção. Essa fase pode durar de três a seis semanas.
2. Sífilis Secundária: Apresenta sintomas mais generalizados, como erupções cutâneas, febre, dor de garganta, e linfonodos inchados. Esses sinais podem aparecer semanas ou meses após o desaparecimento do cancro.
3. Sífilis Latente: Nesta fase, não há sintomas visíveis, mas a infecção continua presente no corpo. A sífilis latente pode ser identificada por meio de testes laboratoriais. Essa fase pode durar anos.
4. Sífilis Terciária: Se não tratada, a sífilis pode avançar para essa fase, que pode ocorrer anos após a infecção inicial. Os sintomas podem incluir problemas graves, como danos ao coração, cérebro, nervos, olhos e outros órgãos. É a fase mais grave da doença.
Diagnóstico
O diagnóstico da sífilis é realizado por meio de testes laboratoriais que identificam a presença de anticorpos ou do agente causador da infecção. Os principais métodos incluem testes sorológicos, sendo os mais comuns. Entre eles, os testes rápidos oferecem resultados em minutos e são úteis em ambientes de atendimento rápido.
Além disso, existem testes treponêmicos que detectam anticorpos específicos contra a bactéria Treponema pallidum e testes não treponêmicos que identificam anticorpos que podem indicar infecção, mas não são específicos para sífilis.
Um exame físico também pode ser realizado, permitindo que o médico verifique a presença de lesões típicas, especialmente durante a fase primária da doença. Além disso, a coleta de informações sobre sintomas e comportamentos de risco é fundamental para orientar o diagnóstico e garantir um tratamento adequado.
Busque tratamento
O tratamento da sífilis é eficaz e geralmente envolve o uso de antibióticos, sendo a penicilina o medicamento de escolha para todas as fases da doença. A dosagem e a duração do tratamento variam de acordo com o estágio da infecção. Para a sífilis primária e secundária, uma única injeção de penicilina benzatina costuma ser suficiente.
Já para a sífilis latente, o tratamento pode exigir um regime mais prolongado, dependendo do tempo em que a infecção esteve presente. No caso de sífilis terciária, o tratamento pode ser mais intenso e prolongado, especialmente se houver complicações associadas.
Para pacientes alérgicos à penicilina, existem alternativas de antibióticos que podem ser utilizadas, mas sempre sob supervisão médica. É igualmente importante que os parceiros sexuais sejam avaliados e tratados para evitar a reinfecção, promovendo a saúde de ambos.
Após o tratamento, é essencial realizar testes de acompanhamento para garantir que a infecção foi erradicada e monitorar possíveis recidivas. A prática de sexo seguro, incluindo o uso de preservativos, é altamente recomendada para prevenir novas infecções.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado da sífilis são fundamentais para evitar complicações graves e garantir a saúde sexual a longo prazo. Com atenção e cuidado, é possível controlar e erradicar a doença, protegendo a saúde individual e os parceiros.
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