Um dos desfiles mais comentados do carnaval do Rio de Janeiro (RJ), foi a da Mangueira, que representou Jesus com diferentes faces no mundo moderno na noite do último domingo (23).
Com uma releitura crítica, a escola mostrou como seria se Cristo fosse um jovem negro e pobre preso, índio, mulher e membro da comunidade LGBT.
Logo no início, ele apareceu na comissão de frente em sua representação clássica: homem, branco, de cabelos longo e barbas.
Em seguida, era possível ver uma versão de como ele seria nos dias atuais, andando em bailes funks no morro, dançando e sofrendo repressão policial. “Seria como se fossem os soldados romanos”, relembrou Fátima Bernardes, durante a transmissão ao vivo do desfile na TV Globo.
Mais tarde, a rainha de bateria, Evelyn Bastos, entrou na avenida como um Jesus mulher e não sambou na Sapucaí. Nas redes sociais, ela agradeceu a oportunidade.
“Brasil no topo quando falamos de feminicídio! Ser mulher é ser a luta! Ser mulher é saber que precisamos encarar uma guerra por dia contra a discriminação e opressão que o machismo nos oferece. […] Talvez um dia teremos queda nos tristes números de feminicídio […] Enquanto isso não acontece, seguiremos carregando a nossa própria cruz. Ah… e se Jesus fosse mulher?! Seu coração aceita? Seus olhos enxergam? Seu amor te limita?”, escreveu na legenda da publicação.
Comandada pelo carnavalesco Leandro Vieira, a agremiação levou 19 alas, 5 carros alegóricos, 3 tripés e 4.000 componentes para a Sapucaí. Já o samba-enredo foi escrito por Manu da Cuíca e Luiz Carlos Máximo e interpretado por Marquinho Art’Samba.