Bárbara Borges fez um desabafo sobre relacionamento abusivo e problemas com álcool em publicação nas redes sociais, no domingo (8), Dia Internacional da Mulher, que no entanto, só repercutiu na terça-feira (10).
A artista contou que ao longo dos anos tomou consciência das consequências do “machismo estrutural”, que, segundo ela, “abusavam, tolia, silenciava”, e citou um episódio envolvendo um ex-namorado.
“Recentemente caiu a ficha de uma situação vivida no passado: Uma ‘brincadeira’ que um namorado fazia comigo quando eu estava empolgada falando algo e ele fechava a minha boca ‘carinhosamente’ fazendo ‘shshshshsh, fica caladinha'”, escreveu.
DESPERTAR
O que ela chamou de “despertar” aconteceu ainda em 2012, e ganhou força no ano seguinte, após o nascimento do primeiro filho, Martin Bem.
A atriz, que parou de consumir bebidas alcoólicas, afirmou que o hábito era uma das formas de esconder os problemas reais. “Eu vivi muito tempo da minha vida empurrando tudo que me fazia sofrer pra ‘debaixo do tapete’ e, pra me proteger e sobreviver, usei o artifício das ‘máscaras’, das bebedeiras cada vez mais exageradas”, disse.
CONFIRA O RELATO NA ÍNTEGRA
Feliz nosso dia oficial da mulher, da luta feminista.
Eu já ouvi e vivi tantos absurdos que antes passavam despercebidos. Eu não tinha a menor noção do tanto de machismo estrutural que que me abusava, tolia, silenciava e que eu, inclusive, permitia e até reproduzia. Abusos na infância, abusos psicológicos, assédio, ser diminuída, chamada de “louca e desequilibrada”…
Recentemente caiu a ficha de uma situação vivida no passado: uma “brincadeira” que um namorado fazia comigo quando eu tava empolgada falando algo e ele fechava a minha boca “carinhosamente” fazendo “shshshshsh, fica caladinha”. Sim, era exatamente essa frase que ele usava sempre fechando com os dedos a minha boca. Por mais que lááá no fundo eu sentisse um desconforto com isso, eu achava engraçado, eu ria, eu acreditava mesmo que eu falava besteira sempre e me calava e até me sentia amada porque ele fazia igual o pai dele fazia com a mãe..loucura,loucura!! Infelizmente antes eu não tinha a consciência que tenho hoje, não era tão segura de mim pra falar: “para! não gostei, não quero, não permito que me cale”, por mais boba e insignificante que a situação fosse e isso serve pra diversas situações abusivas mais pesadas que eu sempre me culpei.
Eu vivi muito tempo da minha vida empurrando tudo que me fazia sofrer pra “debaixo do tapete” e, pra me proteger e sobreviver, usei o artifício das “máscaras”, das bebedeiras cada vez mais exageradas e assim fui me afastando de mim. Porém, mesmo atrás de tantas máscaras, o meu “eu iluminado” que foi escondido mandava sinais de “acorda! desperta!!!!” Em 2012 comecei a dar os primeiros pequenos passos desse despertar. Esse processo tomou força ainda maior quando engravidei em 2013. No meu processo de despertar a vida naturalmente me aproximou de mulheres incríveis feministas e passei a ler mais sobre o feminismo e tive muita inspiração em mulheres que tanto me ensinaram, inspiraram e inspiram até hoje.