Todo mundo que tem um felino em casa sabe o quanto o comportamento exploratório faz parte de suas características comportamentais.
Muitos tutores têm o hábito de permitir algumas voltinhas do bichano pelas redondezas, com o objetivo de oferecer uma oportunidade de o animal demonstrar seu comportamento natural, porém eles não têm ideia do quanto isso pode ser prejudicial para a saúde do pet.
Quando o gato sai de casa sem guia e supervisão do tutor, ele está exposto a milhares de riscos sobre os quais, infelizmente, não temos o controle.
Além de brigas com outros animais, há riscos de atropelamento, envenenamento, queda e de contrair doenças graves como esporotricose, aids felina, leucemia felina, raiva, rinotraqueíte e peritonite infecciosa felina.
Os ectoparasitas e endoparasitas também não ficam de fora e vale lembrar que algumas dessas doenças são zoonoses, ou seja, podem ser transmitidas para os humanos da casa!
Um outro fator importante a ser levado em consideração para evitar o acesso à rua é o controle populacional da espécie. Com a liberdade de ir e vir, muitos gatos não castrados acabam procriando, gerando vários filhotes que, provavelmente, viverão nas ruas, contribuindo ainda mais para a disseminação de doenças.
Para contornar essa situação, recomendo que o tutor faça um esforço e procure “telar” a casa. Existem várias empresas que realizam esse serviço de forma prática, eficiente e segura.
Para quem reside em apartamento, fica ainda mais fácil. Em relação ao comportamento exploratório e gasto de energia, podemos solucionar o problema realizando atividades dentro de casa mesmo por meio de enriquecimento ambiental, que nada mais é do que fornecer ao animal estímulos físicos, sensoriais, cognitivos e sociais, de modo que ele possa expressar seu comportamento natural e reduzir assim o estresse causado pela restrição à rua.
MARCELA BARBIERI BORO, zootecnista, médica veterinária, adestradora e franqueada da Cão Cidadão.