Kelly Key anunciou recentemente que fará uma microcirurgia para tratar um câncer de pele, que foi diagnosticado em dezembro de 2019. Na ocasião, a cantora exibiu pintas removidas próximo à boca e ao peito e revelou que precisaria tirar ainda mais.
“Junto com esse ‘um pouco mais’ eu tirei outras pintas que ela suspeitava”, contou, referindo-se à recomendação de sua dermatologista. A cantora ressaltou ainda que fará um vídeo para explicar melhor seu tratamento.
AnaMaria Digital conversou com os oncologistas Carolina Cardoso e Frederico Nunes, ambos do Grupo Oncoclínicas, na tentativa de esclarecer algumas dúvidas sobre a doença, além de formas para identificar os primeiros sinais do problema.
Antes de mais nada, ambos alertam, é necessário ficar alerta ao surgimento de pintas novas ou mudança no aspecto de alguma pré-existente. “Isso inclui aumento de tamanho, variação de cor, perda da definição de bordas ou ainda quando as bordas ficam irregulares e têm sangramentos”, explica Carolina, ressaltando a importância de consultar logo um especialista ao primeiro sinal de mudança.
De acordo com dermatologista, independentemente da classificação do câncer de pele (se melanoma cutâneo ou não-melanoma), os fatores que aumentam o risco são basicamente os mesmos: a exposição prolongada e repetida ao sol, sem uso de proteção adequada.
MAS O QUE É?
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que ocorrerão 625 mil casos novos (450 mil, excluindo câncer de pele não melanoma) para cada ano do triênio 2020-2022.
O câncer de pele não melanoma será o mais incidente (177 mil), seguido pelos cânceres de mama e próstata (66 mil cada), cólon e reto (41 mil), pulmão (30 mil) e estômago (21 mil).
O protetor solar é a melhor forma de se proteger. “Para se ter uma ideia, os raios de sol podem penetrar janelas, atravessar a cobertura de nuvens e ainda são refletidos pela água, areia e concreto. Ou seja: nem a sombra é completamente protetora”, descreve a especialista.
COMO DETECTAR?
Os principais sinais de câncer não-melanoma são a presença de lesões na pele com crescimento rápido, que não cicatrizam e podem estar associadas a sangramento, coceira e algumas vezes dor. Geralmente surgem em áreas muito expostas ao sol como rosto, pescoço e braços.
Para uma avaliação frequente, é preciso o acompanhamento regular com um especialista. “O dermatologista tem o papel de orientar uma proteção adequada para descobrir os possíveis riscos que os raios solares podem causar na pele”, explica Frederico Nunes.
O câncer de pele não melanoma pode ser classificado em: carcinoma basocelular (mais frequente, com crescimento lento) e carcinoma espinocelular (ferida de difícil cicatrização que cresce rapidamente). Os do tipo melanoma se iniciam com pintas escuras na pele.
TRATAMENTO
Pode variar, dependendo do estágio da doença. Primeiro, é recomendado a ressecção cirúrgica dessas lesões. Depois, pode ser necessário métodos complementares.
“Quando diagnosticada precocemente, quimioterapia, radioterapia imunoterapia ou terapias alvo são raramente necessárias e a cirurgia é capaz de resolver a maioria dos casos”, esclarece o oncologista.
Além disso, os profissionais recomendam que os cuidados sejam intensificados no verão, com o uso de protetores solares, viseiras, chapéus e/ou bonés, bem como roupas e óculos de sol com proteção UV, e devem ser seguidos o ano inteiro. Não deixe também de se consultar com dermatologistas regularmente.