Apesar de ter sido criada na década de 80, na França, poucas pessoas conhecem os benefícios da microfisioterapia, uma técnica complementar praticada há 15 anos no país e que veio para auxiliar a fisioterapia tradicional. Sua grande vantagem? Ela pode auxiliar no tratamento físico e emocional das pessoas.
De acordo com a fisioterapeuta Luciana Marrara, do Rio de Janeiro, especializada em técnicas integrativas (método que, como o próprio nome diz, trata o paciente de forma realmente integrada e humanizada), o efeito do tratamento é poderoso, sendo capaz de cuidar de sintomas da depressão, fibromialgia, traumas emocionais, dores físicas e crônicas, alergias e muito mais.
Para ficar ainda melhor, não há contraindicação e muito menos idade para se beneficiar dessa terapia manual: a microfisioterapia nada mais é do que uma técnica de terapia manual que visa tratar a causa da doença e não apenas seu sintoma. Isso é possível porque nosso organismo tem uma memória própria, que é construída através de micromovimentos imperceptíveis dos nossos órgãos e células.
Com essa memória, podemos identificar as razões para a perda de vitalidade e descobrir a causa ou o trauma que explique a origem de doenças e de vários sintomas que atrapalham a qualidade de vida. Nela, os toques na pele fazem com que o corpo diferencie todos os traumas vividos, seja de ordem física ou emocional.
O que acontece é que sem o estímulo dos toques da microfisioterapia, o organismo fica sem saber o que exatamente deve ser eliminado e o que precisa ser feito para apagar a memória celular.
Então, o fisioterapeuta especializado procura localizar pontos no corpo do paciente em que haja perda de energia vital. “A sensação dos micromovimentos do corpo orienta o profissional a seguir o caminho percorrido pela agressão e a ativar o processo de autocura”, explica a especialista.
CICATRIZES
Para entender melhor a microfisioterapia, saiba que experiências vividas ficam marcadas no corpo humano de forma física e psicológica. Essas marcas se manifestam mais tarde como doenças e dores – o que se costuma chamar de cicatriz celular. A técnica se baseia nesse conceito e busca a autocura dessas marcas.
O profissional, ao encontrar o local danificado, aplica a terapia manual, ‘corrigindo’ o problema.
“Trabalha-se a memória celular. A primeira parte do trabalho consiste numa investigação micropalpatória, que possibilita detectar a causa responsável pelo sintoma relatado a partir da chamada cicatriz patológica. A segunda parte consiste em identificar o sintoma causado pela cicatriz. O terapeuta mantém sua mão na causa (cicatriz) e investiga com a outra mão a consequência (o sintoma), percorrendo a linha média do corpo à procura do nível afetado. Uma vez definido o nível, a procura segue na linha transversal desse nível. Uma vez identificada e localizada a cicatriz, o corpo é estimulado a desencadear o processo de autocura, de maneira quase instantânea. É promovido um diálogo direto com a memória tecidual da pessoa, por via palpatória, sem nenhum outro apoio. O mecanismo de autocorreção é obtido desta maneira, tanto nos adultos, como nos bebês ou crianças”, complementa Luciana.
QUEM PODE REALIZAR A TÉCNICA
Todos podem sentir os micromovimentos do corpo, no entanto é necessário um conhecimento profundo da anatomia humana para realizar um bom tratamento. No Brasil, apenas fisioterapeutas podem atuar. Antes de ser microfisioterapeuta, o fisioterapeuta é, sobretudo, um profissional da saúde, com um diploma de Estado.
TRATAMENTO
Cada tratamento é único, mas, geralmente, são necessárias, no máximo, três sessões (os valores variam de acordo com a região e entre R$ 300 a R$ 500 reais).