Depois de ter se recuperado e curado de um câncer no cérebro, Gloria Maria deu sua primeira entrevista em formato de live na última sexta-feira (25), para Joyce Pascowitch, na conta oficial do Instagram da Glamurama.
No bate-papo, a jornalista disse não acreditar na nomenclatura que tanto está sendo usada, o novo normal. “Eu sou a pessoa mais isolada desse Brasil, são 10 meses, emendei a cirurgia com a pandemia. Não vi um mundo novo surgir nesse período. Viajei 40 anos sem parar e, de repente, estava em casa quietinha, observando. Vi coisas inacreditáveis, desamor, um mar de lama. Ou é novo, ou é normal, vamos ter que partir de novos olhares”, iniciou.
NADA MUDOU
E continuou: “Nada mudou, mas algumas pessoas se viram melhor, começaram a se observar. Será que é preciso uma pandemia para olhar para o outro? Isso é uma coisa da sua alma, não acredito nessa ajuda só porque é hora de ajudar. Ou você olha sempre para o outro, ou você não olha nunca”.
A famosa revelou que o ocorrido foi uma novidade. “Como foi bom parar. Não tinha noção do que era a minha casa, nunca tive a chance, e esse período foi maravilhoso. Comecei a olhar meu jardim, meus quadros. Tinha vergonha quando falava com as pessoas no telefone e elas reclamavam da pandemia. Como ia explicar que eu estava adorando? Descobri amigos que não sabia mais que tinha, livros.
Além disso, a morena contou sobre os benefícios trazidos. “Esse isolamento me preencheu a alma. Com a tragédia eu estou acostumada, cobri guerras, violência, dor, sofrimento, poucas pessoas entendem mais do que eu. Pude ficar em paz comigo mesma, coisa que há séculos não conseguia”, afirmou.
POLITICAMENTE CORRETO
A veterana aproveitou para dar sua opinião sobre as mudanças na cultura. “Eu acho tudo isso um saco. Hoje tudo é racismo, preconceito e assédio. A equipe com que trabalho me chama de ‘neguinha’, de uma forma amorosa e carinhosa. Estou mais de 40 anos na televisão, já fui paquerada, mas nunca me senti assediada moralmente. O assédio é algo que te fere, é grosseiro, desmoraliza. Existe uma cultura hoje que nada pode. Tem que ter uma diferenciação, não dá para generalizar tudo. O politicamente correto é um porre. Acredito que o politicamente correto é o caráter, a honestidade. Esse mundo que a gente está vem muito da amargura das pessoas, não aceito”, declarou.
PLANOS
Ao finalizar, a apresentadora do ‘Globo Repórter’ contou seus planos para o momento em que a pandemia for embora. “Quando isso passar quero entrar em um avião e ir para a Arábia Saudita. Estudei algumas coisas e novidades por lá, quero ver o que está acontecendo. Também vou de novo para o Taiti, não sou boba nem nada”, brincou.