Quando pensamos calendário, a versão mais utilizada no mundo costuma ser a Gregoriano. Esse calendário é baseado no ano solar, ou seja, nos 365 dias gastos pela Terra para se movimentar em volta do Sol. Na China, porém, estabeleceu-se uma contagem de dias influenciada pelo Ano lunar, formado pelo decurso das doze luas novas. Na primeira lua nova, sempre entre 20 de janeiro e 19 de fevereiro, inicia-se o ano novo chinês.
“Este é o mais antigo registro cronológico que há na história, datando de 2637 a.C, quando o imperador Huang Ti introduziu o primeiro ciclo deste zodíaco nos 61 anos do seu reinado. Um ciclo completo abrange sessenta anos e se compõe de cinco ciclos simples de doze anos cada”, explica a professora de astrologia Vanessa Alvaiz.
OS CINCO ELEMENTOS
De forma clara, esse primeiro ciclo de 60 anos é, por sua vez, subdividido em dois subciclos. O primeiro é formado por um ano ativo e um passivo com o nome de cada um dos cinco elementos: madeira, fogo, terra, metal e água.
De acordo com a filosofia oriental, apesar de nem sempre perceptíveis, os cinco elementos têm um papel fundamental na vida cotidiana. “Nossas emoções, nossa saúde, nossa alimentação e até nossa vida espiritual resultam sempre da interação dessas cinco forças da natureza”, afirma Alvaiz.
Segundo a astróloga, a harmonia entre as energias manifesta-se assim: a madeira serve de alimento para o fogo, que quando se apaga transforma-se em cinzas que farão parte da terra, na qual os metais e outros minerais são formados. Por sua vez, os metais transformam-se em água, que serve de alimento para os vegetais que nos fornecem a madeira. Assim, cada um dos elementos tem sua função específica com relação ao outro.
CARACTERÍSTICAS DE CADA ELEMENTO
Vanessa explica que cada ano é regido por um dos cinco elementos e, na astrologia chinesa, as pessoas nascidas num determinado ano terão as mesmas características do elemento regente, que serão manifestadas através das tendências do seu signo animal.
Metal: Possuem personalidade vigorosa e audaz. São pessoas que seguem seu próprio caminho em direção aos seus propósitos.
Água: São dotadas de profunda sensibilidade e de uma extraordinária comunicabilidade. Com simpatia e estímulo conseguem persuadir os outros a satisfazerem seus próprios desejos.
Madeira: Com elevado senso de moral e de ética, tem facilidade em unir, de modo justo e sensato as forças das outras pessoas em direção a um objetivo comum.
Fogo: Extraordinário entusiasmo e autoconfiança, otimistas por natureza, não hesitam em superar os fracassos e em começar tudo de novo.
Terra: Personalidade firme e constante. Capazes de planejar, organizar e administrar com muita eficiência em todas as áreas.
E O YIN E YANG?
Na astrologia chinesa, o yin e o yang são qualidades. No entanto, são muito mais poderosos que nossas qualidades, pois yin e yang são as duas grandes e únicas forças no universo filosófico chinês, de acordo com a astróloga.
“Para eles, tudo o que há no universo ou é yin ou yang. Tudo! Tudo mesmo, mesas, cadeiras, lâmpadas, tios, amigos, pias de cozinha, etc. Podemos querer encontrar um significado sexual na atribuição de gêneros, mas ele não existe. Por isso é tão difícil ao passar de um idioma para outro”, diz.
A língua chinesa não tem gêneros. Mas, sem dizer como, quando ou porquê, os filósofos chineses sentem quando alguma coisa, pessoa ou ideia é yin ou yang. Essas qualidades simplesmente estão nelas. A raiz do yin é o sol e dirige-se para a escuridão. A raiz do yang é a Terra, que dirige-se para a luz.
“Yin não é feminino, mas, às vezes, diz que é subjetivo. Yin age no mundo. Direciona-se para os outros. É público. Não sorriem muito, são conservadores no modo de se vestir, não são espirituais, amam suas famílias. São materiais”, explica Vanessa.
Já Yang são solitários, individualistas, espirituais, sorriem muito. “Não tem senso de grupo. Amam a natureza, não são materiais. São objetivas. Seguem sua própria cabeça”, ela completa.
Rato: yin
Cavalo: yang
Boi: yin
Cabra: yang
Tigre: yang
Macaco: yin
Coelho/Gato: yin
Galo: yang
Dragão: yang
Cão: yin
Cobra: yang
porco: yin
DOZE SIGNOS
A astróloga diz que doze animais foram apontados para cada um dos doze anos. Segundo a lenda, Buda chamou todos eles, ordenando-lhes que fossem ao seu encontro antes de sua partida da terra, mas somente doze compareceram para dizer-lhe adeus.
Como recompensa, ele deu a cada ano o nome de um animal, na ordem em que chegaram. Primeiro veio o rato, depois o boi, o tigre, o coelho, o dragão, a serpente, o cavalo, o carneiro, o macaco, o galo e o porco.
“Desse modo temos os doze signos de hoje. O animal regente do ano em que você nasceu exerce profunda influência sobre sua vida. Como diziam os chineses: ‘esse é o animal que se esconde em seu coração'”, explica Alvaiz.
Antes de mais nada, encontre o seu ano de nascimento abaixo e descubra qual é o seu signo chinês. Lembre-se que o ano novo neste calendário o ano muda entre os dias 20 de janeiro e 19 de fevereiro.
Rato: 1924, 1936, 1948, 1960, 1972, 1984, 1996, 2008,2020
Boi: 1925,1937,1949,1961,1973,1985,1997,2009,2021
Tigre: 1926, 1938, 1950, 1962, 1974,1986,1998, 2010, 2022
Coelho: 1927,1939,1951, 1963,1975,1987,1999,2011,2023
Dragão: 1928,1940, 1952,1964,1976,1988,2000, 2012, 2024
Cobra: 1929,1941,1953,1965,1977,1989,2001,2013,2025
Cavalo: 1930,1942,1954,1966,1978,1990,2002,2014,2026
Cabra: 1931, 1943,1955,1967,1979,1991, 2003, 2015,2027
Macaco: 1932, 1944, 1956, 1968, 1980, 1992, 2004, 2016, 2028
Galo: 1933, 1945, 1957, 1969, 1981, 1993, 2005, 2017,2029
Cão: 1934, 1946, 1958,1970, 1982, 1994, 2006, 2018, 2030
Porco: 1935, 1947, 1959, 1971, 1983, 1995, 2007, 2019, 2031
ENTENDA A INFLUÊNCIA DE CADA ANIMAL
Rato: Charmoso, sociável, engenhoso, perspicaz, ambicioso, oportunista, versátil, perceptivo, econômico e astuto.
Boi/Búfalo: Corajoso, determinado, ambicioso, tenaz, metódico, cuidadoso, paciente e perseverante, mas teimoso e intransigente.
Tigre: Corajoso, assertivo, aventureiro, decidido, independente, inventivo, versátil, generoso, sincero e bem intencionado, mais irrequieto e impulsivo.
Coelho/gato: Sociável, discreto, diplomático, refinado, amante da paz, cuidadoso, perspicaz, perceptivo e prudente, mas sensível e às vezes arredio.
Dragão: Ativo, alerta, determinado, confiante, empreendedor, versátil, franco, alegre, escrupuloso, impulsivo e sortudo.
Serpente: Pensativa, ponderada, sábia, perspicaz, intuitiva, tranquila, precavida, independente e cautelosa, mas às vezes preguiçosa.
Cavalo: Ativo, alerta, perspicaz, extrovertido, aventureiro, eloquente, sociável, persuasivo, irrequieto, genioso e às vezes egoísta.
Cabra: Criativa, imaginativa, artística, bondosa, amigável, atenciosa, generosa, complacente, extravagante, sensível, indecisa e preocupada.
Macaco: Engenhoso, versátil, charmoso, persuasivo, perspicaz, divertido, sociável e simpático, mas não tem persistência e pode ser astuto.
Galo: Meticuloso, metódico, eficiente, organizado, consciencioso, inteligente, honrado, confiante, bem intencionado e orgulhoso, mas pode ser pedante e notoriamente ingênuo.
Cão: Honesto, confiante, confiável, dedicado, perceptivo, altruísta e dedicado, mas pode ser cínico e pessimista.
Porco/Javali: Sincero, honesto, confiante, alegre, sociável, amigo, trabalhador e bem intencionado, mas ingênuo e teimoso.
HISTÓRIA DO RATO – ANIMAL QUE REGE 2020
Vanessa aponta este ano como o começo de um novo ciclo, já que o Rato é o primeiro, lembra? Segundo ela, reza a lenda que o grande Buda estava pronto para deixar a terra e confiou ao Rato a missão de convidar todos os outros animais para ir receber a sua benção final em um horário e lugar determinados.
Eficiente, o roedor não perdeu tempo em transmitir a notícia para todo reino animal. Ele era o mais ágil e determinado a cumprir a missão que lhe fosse confiada. No entanto, apenas doze animais compareceram no horário e local indicados pelo Buda, como já citado acima.
Para recompensar esses animais pela sua boa vontade, Buda homenageou cada um deles pela ordem de chegada, então surgiu um grande problema envolvendo o Rato e o Boi, já que ambos alegaram ter chegado primeiro.
Alguns dos animais disseram que o Rato tinha sido o primeiro, mas outros juravam que o Boi chegara antes. Buda não quis tomar a decisão sozinho. Ele achou que aquele era um assunto para ser resolvido pelos próprios animais.
E assim, os animais ficaram divididos: uns achavam que o boi, por ser grande e forte, era confiável. Já outros o achavam teimoso, rígido e ditatorial.
Por outro lado, alguns achavam que o Rato foi muito prestativo ao transmitir o convite do Buda para todo o reino animal. Mas por ser franzino e delicado, poderia ser esmagado pelo Boi, que é poderoso e imponente.
O Rato, percebendo que sua situação estava delicada, subiu numa posição acima de todos e se manifestou propondo : “Se eu conseguir provar para vocês que um Rato pode ser maior que um Boi, vocês me escolheriam para o posto de número um?” E todos riram, porém, concordaram em votar no Rato, caso ele provasse isso.
Então, agendaram um novo dia e horário para reunião dos animais. Depois que todos foram embora, ficaram para trás, o Rato e o Macaco, muito entretidos numa conversa cochichada ao pé de ouvido, como se estivessem maquinando algum segredo.
Na hora marcada, o Boi, como sempre, foi pontual, senão o primeiro a chegar ao local combinado. os animais foram chegando e se colocando lado a lado até formar um círculo. Todos estavam presentes, com exceção do Rato e do Macaco. Todos estavam aflitos com a demora quando, de repente, o Macaco anunciou em voz alta e num tom dramático ao aparecer no tablado: “ Meus queridos animais, apresento a senhora Rato!”.
Então, contra a parede do templo, surgiu a maior sombra de um Rato que eles jamais tinham visto. O Macaco segurava uma lanterna na frente do Rato, que tinha saído de um buraco no tablado. A luz da lanterna projetava uma sombra tão grande do roedor que o seu tamanho realmente era maior que o Boi, que havia se levantado sobre o tablado.
Todos os animais concordaram, então, que o Rato era, de fato, maior que o Boi. Eles tinham feito o julgamento em voz alta, dando o voto unânime ao roedor. Todos perceberam que o que faltava ao rato em tamanho, sobrava-lhe em engenhosidade, inteligência e estratégia. Essas eram todas as qualidades de um líder bom e competente. Ele tinha ganhado o direito de ser nomeado o número um do ciclo.
Buda sorriu e partiu em silêncio. O Rato não só tinha ganhado o reconhecimento e o respeito que merecia, mas também conseguiria mostrar a sabedoria à todos os outros animais. A capacidade de liderança e inteligência contavam mais que o tamanho.
MORAL DA HISTÓRIA
“Em 2020 começamos um novo ciclo, pela astrologia chinesa, e quem está no comando é o Rato, que embora seja pequeno e franzino, é engenhoso, estrategista e muito rápido. Não ‘bate de frente’, porém impõe seu ritmo e sua vontade, e todos acatam! Boa reflexão para esse final de ano”, explica Vanessa.
Pela lenda, o Rato simulou que era maior que um boi, quando na verdade não era. Não venceu pela força, mas pela estratégia. Ele é e sempre será franzino e pequeno, porém foi audacioso e engenhoso.
“Será que é tudo realmente como parece? Vamos continuar refletindo até o final de 2020, que pela astrologia chinesa vai até fevereiro 2021. Vamos aguçar todos os nossos sentidos e ativar nosso poder de percepção. Fica a dica para o final do ano do Rato”, conclui a astróloga.