As reapresentações de novelas têm dado oportunidade aos atores de aparecerem mais de uma vez na programação televisiva. É o caso de Janine Salles, 36 anos, que esteve no ar novamente recentemente em ‘Êta Mundo Bom!‘ e ‘Fina Estampa’. Atualmente, ela interpreta Lúcia na reprise de Flor do Caribe, todas produções da Globo.
“Tem sido uma alegria, afinal, foram trabalhos que marcaram minha vida” afirma. Além das novelas, a atriz ainda pode ser vista no filme EAS − Esquadrão Antissequestro, que chegou aos serviços de streaming.
“Atuar ao lado de grandes nomes, como Murilo Rosa e Carol Castro, foi uma experiência agregadora. Mergulhei no mundo policial, fiz cursos de tiro e luta. Me preparei muito para essa personagem. Um filme incrível”, lembra.
Neste ano, ela estava se dedicando às gravações da série O Júri e a Perícia, quando tudo foi paralisado por causa da pandemia do novo coronavírus. Mas, para Janine, isso não significou o ‘fim’ de tudo, pelo contrário.
Perspicaz, ela se reinventou e investiu em outra paixão, a confeitaria: “No início foi complicado. Não consigo ficar parada e me senti meio perdida. Então, resolvi botar a mão na massa e fazer bolos. Enxerguei na culinária uma forma de superar psicologicamente o problema e, de quebra, faturar uma grana”, revela.
“Não há dúvida de que tem sido uma experiência incrível! Recebo diariamente muitas mensagens de gente agradecendo o incentivo e a inspiração”, fala.
A mãe de Maria Júlia, 6 anos, não poderia estar mais contente. Para dar conta de atender às encomendas, ela vive às voltas na cozinha. E a recompensa é boa. A também confeiteira garante que, além de se sentir feliz e bem emocionalmente, a venda das sobremesas vem ajudando no orçamento da casa. Confira!
VOCÊ TEM UMA CARREIRA NA TV E TAMBÉM NO CINEMA. QUAIS EXPERIÊNCIAS NA TELONA MAIS A MARCARAM?
O cinema é uma arte que me encanta. Fiz três longas e dois curtas-metragens: Entre Amores e Diminuta, de Bruno Saglia, e Esquadrão Antissequestro, de Marcus Dartagnan; e os curtas Sinais, de Charles Daves, e Atrás da Porta, de Bruno Saglia. Todos foram especiais, mas Atrás da Porta marcou demais. Minha personagem era gestante e eu também estava grávida. Então, filmei de barrigão de verdade. Foi especial, marcou minha vida! Já no filme Diminuta, a personagem era uma cantora de jazz. Viajei num mundo distante do meu e aprendi demais. Hoje, eu amo escutar jazz.
COMO FOI O SEU INÍCIO NO CENÁRIO DA ATUAÇÃO?
Minha vontade veio desde pequena, mas somente com uns 20 anos, fazendo faculdade de Publicidade, eu resolvi, de fato, investir na carreira de atriz. Apesar de concluir o curso, naquele momento, eu percebi que o que eu queria realmente era atuar… Meu irmão foi câmera e diretor de imagem na Globo. Eu o visitava no trabalho e me encantei com aquele mundo de fantasia. Então, fui fazer cursos especializados para me dedicar à arte.
VOCÊ APARECEU NAS REPRISES DE ÊTA MUNDO BOM!, EM QUE VIVEU A DANÇARINA JANETE, E FINA ESTAMPA, COMO JAQUELAINE. AGORA, ESTÁ NO AR NOVAMENTE EM FLOR DO CARIBE, INTERPRETANDO LÚCIA. REVER-SE NA TELINHA LHE TRAZ LEMBRANÇAS?
Sim, fiz vários amigos nesses trabalhos. Aprendi muito com pessoas que me ajudaram nessa caminhada e serei grata eternamente por todas essas oportunidades. Me acho mais que vencedora, e agradeço sempre a Deus. Aparecer na telinha, independentemente de reprise ou não, é sempre uma honra. Todas as obras fazem parte da minha história e, consequentemente, das minhas boas lembranças.
DURANTE A QUARENTENA, SEUS TRABALHOS COMO ATRIZ FORAM PAUSADOS E VOCÊ DECIDIU SE REINVENTAR. CRIOU A JANINEPATISSERIE E ESTÁ VENDENDO BOLOS ON-LINE. A PAIXÃO PELA CULINÁRIA É RECENTE?
Não! A dedicação na cozinha veio da infância. Desde pequena, amava ficar em frente à televisão assistindo aos programas de culinária, principalmente o da Ana Maria Braga. O meu forte sempre foi fazer doces, mas toda vida encarei isso como uma terapia, uma grande paixão depois da arte. Hoje, virou uma fonte de renda, no entanto, o trabalho como boleira não deverá substituir a profissão de atriz. Amo atuar e, confesso, mesmo com todos esses altos e baixos, é a arte que me faz feliz, é a profissão que eu escolhi e quero exercer para sempre.
COM O FIM DA PANDEMIA, VOCÊ PRETENDE SEGUIR ADIANTE COM ESSE NOVO NEGÓCIO?
A pandemia mudou a vida de muitos brasileiros, aliás, mudou a vida do mundo inteiro. Tive que parar projetos artísticos. Foi, então, que resolvi meter a mão na massa e dar vazão ao meu lado de confeiteira – o lado que eu nunca havia experimentado profissionalmente. Quando tudo isso acabar, irei tentar conciliar a carreira de atriz com os bolos, pois é minha segunda paixão. Sempre que um cliente me manda uma mensagem elogiando fico muito feliz e com a certeza de que nada é por acaso.
MAS, COM AS ENCOMENDAS AUMENTANDO E EM SE TRATANDO DE UM RAMO DE DESTAQUE NOS ÚLTIMOS TEMPOS, AMPLIAR O NEGÓCIO PODE SER UMA DECISÃO ACERTADA, NÃO?
As encomendas têm sido frequentes mesmo e a produção de bolo tende a aumentar, certamente. Empreender no ramo culinário está dando muito certo. Agora, tenho paz de espírito e ainda pago as contas. Mas não quero abrir mão da arte. Quem sabe, mais para frente, abro uma loja. É uma excelente alternativa…
VOCÊ CONTA COM A AJUDA DA SUA FILHA, MARIA JÚLIA, NA PRODUÇÃO DOS DOCES. FALE SOBRE A RELAÇÃO AMOR VERSUS CULINÁRIA EM FAMÍLIA.
Minha filha tem apenas 6 anos e ela ama me ajudar. É claro que de brincadeira, mas eu a deixo colocar a cereja no bolo [risos]. Temos uma relação de muita cumplicidade e amor.
VOCÊ FEZ CURSO DE CONFEITARIA PARA SE APRIMORAR?
Nunca fiz curso de culinária. Como já mencionei, o que eu tenho é a lembrança de quando era pequena e sempre assistia aos programas da manhã. Anotava todas as receitas e depois fazia para os amigos e familiares. Acho que sou autodidata mesmo… Até há pouco tempo, meus bolos eram meio tortos [risos]. Eu até digo que eles não são os mais bonitos, mas tenho certeza de que são os mais gostosos!