“Minha filha tem 5 meses e só mama no peito. Tenho receio de que não seja o suficiente para ela ficar forte e saudável. Devo oferecer uma fórmula infantil também?”, F. T., por e-mail.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, no Brasil, apenas 39% das mulheres amamentam seus bebês até o sexto mês de vida. O leite materno é importantíssimo nos primeiros 2 anos, devendo ser exclusivo até o sexto mês, quando se inicia a introdução alimentar.
Todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento da criança estão presentes nele, por isso ela não precisa receber água nem chá ou suco nos primeiros 180 dias de vida. Além de alimentar, o leite materno tem elementos imunológicos, evitando que o bebê adoeça (em seus primeiros meses, o sistema imunológico é imaturo e, portanto, precisa dessas substâncias protetoras).
Por ser próprio para bebê, o leite materno causa menos cólicas e problemas digestivos. Mas, amamentar causa desgaste físico, compromete o sono por causa da demanda constante do bebê…
Então, para facilitar o processo, o pai precisa participar, auxiliando a mãe com as outras necessidades do bebê (troca de fraldas, banho). No caso de dificuldade de amamentação, ele pode até procurar profissionais que possam ajudar a família nesse momento.
Há ainda alguns fatores que podem interferir na amamentação, como uso de chupeta/mamadeira, língua presa do bebê, falta de apoio do parceiro e da família, mitos sobre leite fraco, depressão no puerpério etc. Ainda assim, o uso de fórmula infantil deve ser evitado ao máximo.
Se realmente for necessário, o ideal é usar o mínimo de tempo possível, até que o aleitamento seja estabelecido. Quando introduzimos uma fórmula sem necessidade, estamos levando para o bebê risco de desenvolver alergia alimentar e doenças intestinais e respiratórias. Pense nisso.
FLAVIA SCHAIDHAUER Mestranda em Pediatria pela PUC-RS e Pós-Graduada em Emergência Pediátrica pelo Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE. Co-founder do Meu Dr. Kids, plataforma de atendimento pediátrico domiciliar. Ativista da Rede Nacional de Humanização.