As comemorações de fim de ano chegaram. Imaginávamos que, nesta época, tudo já estaria sob controle, que teríamos um tratamento adequado, uma vacina. Infelizmente, a pandemia se prolongou e agora precisamos lidar com as tradicionais comemorações.
Observo que as festas de fim de ano vêm para mostrar, a uma parte da população, que não é possível mais suportar essa situação de pandemia. Este grupo irá vivenciar as festas como se nada estivesse acontecendo. Ou seja, mantendo as mesmas tradições, encontros, pessoas e sentimentos. O que não se pode esquecer é que estamos em pandemia, com hospitais cheios e gente morrendo.
Para o restante das pessoas, que estão mais ligadas neste movimento, estas festas trarão um importante momento de reflexão, como questionar antigos padrões que vivenciamos até agora, preconceitos, falta de empatia, de querer só receber do nosso planeta sem dar nada em troca, da competição, da inveja e, principalmente, do medo. Tudo isso veio à tona com a pandemia.
Mas como podemos nos questionar, fazendo um balanço realista nos últimos dias do ano? As perguntas que podemos fazer para nós mesmos são:
- Diante de tudo o que andamos vivendo, o que foi que fizemos com o mundo, com a natureza, com o nosso corpo? Exploramos sem pedir, retiramos sem colocar de volta, maltratamos o solo até o cansaço não nutrir mais nenhuma planta e novos desertos surgirem, secamos rios, jogamos lixo não só pelas ruas, mas também para dentro do nosso maior templo, que é o nosso corpo Não nos nutrimos mais, comemos, não nos vitalizamos mais, sugamos. Excesso de tecnologia, cansaço de tantas obrigações, de ter que cumprir metas sem sentido. O nosso corpo sentiu.
- O que fizemos com a relação humana? Descobrimos que não temos compaixão pelo outro, que nossa preocupação alheia é superficial, que nosso carinho poderia ser mais humano. As pessoas não toleram seus parentes dentro de casa, o índice de brigas e desentendimentos aumentaram, divórcio também.
- O que realmente estamos fazendo para mudar isso, essa realidade? Estamos perdidos sem entender os sentimentos de raiva, angústia, pavor diante de tantas perdas humanas, financeiras e de relacionamentos.
Vamos parar nestes dias de fim de ano. Parar de verdade. Encontre um canto tranquilo e siga essas dicas.
RESPIRE
Respire conscientemente, significa prestar atenção na sua respiração, que é a forma mais inata de receber as boas vibrações da vida e deixá-la nutrir seu corpo. Separe um bom tempo para isso. Um bom exercício é você inspirar pelo nariz contando nos dedos até 4, depois segurar a inspiração nos pulmões contando até 2 e por fim expirar lentamente pela boca contando nos dedos até 6, repita esse processo 10 vezes. Você vai se sentir mais calmo e receptivo.
REFLITA, NO SILÊNCIO DO SEU CORAÇÃO
Lembre-se de tudo o que te elevou neste ano e de tudo o que te colocou para baixo, o que te trouxe entusiasmo e leveza, e o que te trouxe tristeza e peso. Isso é muito importante, pois fazendo este balanço podemos nos restabelecer e nos conhecer para sofrer menos e viver mais leve.
DÊ ADEUS ÀS LISTAS
Pare de fazer listinhas para o ano novo como: emagrecer, mudar de emprego, arranjar um namorado, conhecer a Europa, isso são metas superficiais. Liste sim: respeitar seu corpo, ter um estilo de vida adequado para você, sentir mais prazer na vida, fazer as coisas que fazem seu coração bater, buscar autoconhecimento e espiritualidade para viver melhor, aceitar as pessoas e as situações que não podem mudar, conectar-se com você mesma.
MEDITAÇÃO
No último dia do ano, tire pelo menos 2h para meditar e relaxar. Separe orações, rituais, músicas calmas e aproveite este momento para conectar-se com o seu plano divino que te espera. Foi um ano excêntrico e virá outro diferente também, que não sabemos o que esperar, então aumente a sua força interior para estar mais firme na confiança e na fé em 2021.
Não existe ‘novo normal’. Existe sim sairmos dessa de fazer escolhas no piloto automático para entrarmos numa realidade de maior compaixão e sentido em nossas vidas.
Respeite as recomendações mesmo durante essas datas. Não participe de aglomerações, use máscara e faça medidas de higiene. Vamos nos proteger agora para que possamos, quem sabe, nos permitir sonhar com o Natal com amigos e família ano que vem.
Um fim de ano leve para todos!
RENATA ISA SANTORO é médica, Mestre em Ciências pela UNICAMP (Universidade de Campinas), atua como Terapeuta com técnicas Integrativas e Complementares, Especialista em Cardiologia Infantil, palestrante e Autora do livro “Poderosa Leveza de Ser” (editora Chiado). Na Ana Maria, fala sobre terapias integrativas e complementares para a saúde e bem-estar. Instagram: @drarenataisasantoro.