“Meu filho tem 13 anos e está acima do peso. Tenho receio das consequências da obesidade. Como a família pode ajudá-lo?” M. L., por e-mail.
A obesidade é o estoque excessivo de gordura no corpo que se associa a riscos à saúde e vem aumentando muito entre as crianças e adolescentes, principalmente devido ao sedentarismo e erros alimentares.
No entanto, outras causas podem estar relacionadas, como síndromes genéticas, alterações em genes relacionados ao metabolismo e doenças endócrinas.
Alguns fatores também podem aumentar o risco de desenvolver o problema, como obesidade do pai e da mãe antes da gestação, grande ganho de peso da mãe durante a gestação, diabetes mellitus na gestação, bebês que nascem prematuros (antes do tempo), com baixo peso ou com excesso de peso para a idade de gestação, ausência de aleitamento materno, alto consumo de proteínas nos primeiros 1.000 dias de vida, falta de atividade física, erros alimentares e excesso de alimentos e privação de sono.
A maior parte de crianças obesas, entre 2 e 6 anos, serão obesas na adolescência e, por isso, o excesso de peso deve ser combatido o quanto antes.
Muitas doenças podem surgir em decorrência da obesidade: diabetes, alteração de colesterol e triglicérides no sangue, pressão alta, infarto, derrame cerebral, gordura no fígado, colecistite, estrias de pele, puberdade antecipada, pernas tortas, deslizamento da cabeça do fêmur, osteoartrite, baixa autoestima, câncer de mama, câncer de endométrio e câncer de intestino.
Mas, se combatida antes da puberdade, o risco de desenvolver doenças na vida adulta diminui em 50%. Portanto, é de extrema importãncia a prevenção da obesidade infantil, a começar pela prática de hábitos de vida saudáveis por toda a família.
FERNANDA ANDRÉ Endocrinologista pediátrica pela Associação Médica Brasileira (AMB). Mestre em endocrinologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).