Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a fibromialgia atinge 7 milhões de brasileiros e ela se manifesta com dores crônicas no corpo e sem algum motivo aparente. Ainda de acordo com estudos, a doença é mais frequente em mulheres.
A youtuber Carol Capel foi diagnosticada com o problema em 2016. No caso da digital influencer, as dores estão associadas a sintomas como fadiga, insônia, alterações de humor, ansiedade e depressão (esta, no caso, a acometeu em 2014, quando seu cachorro de estimação morreu). Ela tentou todos os tipos de tratamento, tanto na medicina convencional quanto na alternativa, incluindo homeopatia, fitoterapia, entre outros. E nada funcionou.
Em 2017, Carol conheceu a reprogramação biológica, método baseado na Nova Medicina Germânica, criada pelo médico alemão Ryke Geerd Hamer. Ele descobriu cinco leis biológicas naturais que ajudam a entender os caminhos da natureza em nossa sobrevivência e em nosso corpo. “Quando cheguei na Polônia, no início de 2019, tive a maior crise da vida. Sofri uma dupla separação. Saí de outro país e lá precisei deixar a gatinha que tinha adotado. Carregava um peso enorme nas costas e foi a reprogramação que me ajudou”, revela.
Segundo Everton Araújo, professor de reprogramação biológica, o método usa técnicas como física quântica, leis sistêmicas e biológicas e programação neurolinguística.
“A gente é capaz de fazer a leitura do que está acontecendo com a pessoa por meio desses pilares. No caso da youtuber, a mensagem passada pelo seu corpo foi de que existiam separações brutais, extremamente indesejadas por ela. A partir do momento em que a pessoa compreende, expande-se a consciência e o corpo começa a trabalhar no processo de autocura”, explica ele.
Entretanto, vale lembrar que a fibromialgia é uma doença crônica, que não tem cura, e, segundo a especialista da Clínica Cobra Reumatologia, Mariana Ortega, apenas o reumatologista pode fazer o diagnóstico correto e ajudar no tratamento.
ENTENDA O QUE É
A fibromialgia é uma síndrome dolorosa crônica que causa dores difusas por todo o corpo. Acomete, em sua maioria, mulheres entre 30 e 50 anos, podendo ocorrer, em menor frequência, em crianças, adolescentes e idosos. Outros sintomas também podem estar presentes, como fadiga, depressão, ansiedade, dor de cabeça, alterações de ritmo intestinal e sono não reparador (acordar cansado, como se não tivesse dormido). Cabe ao reumatologista identificar todos esses sintomas e guiar o tratamento multidisciplinar.
DIAGNÓSTICO
“Geralmente, é clínico, não há um exame laboratorial que possamos fazer e que nos dê o diagnóstico de fibromialgia. No entanto, devemos solicitar exames para afastar outros diagnósticos, isto é, outras doenças que também causam dor e podem ser confundidas com fibromialgia. Para isso, é necessária uma avaliação reumatológica para se chegar a um diagnóstico adequado”, revela Mariana.
CAUSAS
“Acredita-se que a doença tenha componente multifatorial, com participação de fatores genéticos e ambientais. Alguns pacientes relatam ter desenvolvido a fibromialgia após um gatilho ambiental, como trauma físico ou emocional, o que necessita ser sempre avaliado e abordado adequadamente. Pessoas com fibromialgia apresentam um limiar de dor mais reduzido, levando a uma alteração na percepção dessa dor. Isso ocorre por uma alteração nas vias da dor e nos neurotransmissores”, analisa a médica.
TRATAMENTO E EXERCÍCIOS FÍSICOS
“A pessoa deve ser tratada de forma multidisciplinar, com tratamento não-medicamentoso e medicamentoso. O tratamento não-medicamentoso envolve atividade física aeróbica e abordagem psíquica cognitiva-comportamental. É comum o paciente com fibromialgia iniciar a atividade física e se sentir desmotivado, pois as dores podem piorar. No entanto, o exercício deve ser sempre insistido, uma vez que os ganhos e a sensação de melhora mais à frente são muito grandes. A atividade física proporciona alívio da tensão muscular, ganho na qualidade do sono, redução do estresse e ansiedade e melhora da disposição física. Já o tratamento medicamentoso, envolve a associação de analgésicos comuns, opioide, relaxantes musculares e moduladores da dor”, finaliza.