Pedro Henrique Pereira Marques tem apenas 14 anos, mas há seis sofre com os sérios problemas causados pela escoliose, que é uma curvatura anormal da coluna para um dos lados do tronco. A doença, geralmente, se caracteriza pela presença de elevação do dorso, assimetria de ombros, cintura ou quadril.
O adolescente faz parte das estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo os dados, o problema atinge mais de seis milhões de brasileiros, sendo em 85% dos casos a escoliose idiopática, ou seja, que não tem causa definida.
Apesar disso, acredita-se que grande parte é de decorrência hereditária, costumando afetar com mais frequência pessoas do sexo feminino. “Outras causas que podem levar a escoliose são alterações ósseas, congênitas, doenças neuromusculares e doenças degenerativas da coluna”, explica o ortopedista Felipe Gargioni Barreto, especialista em coluna.
DIAGNÓSTICO
Ana Lúcia de Freitas Pereira, mãe de Pedro, conta que o menino apresentou os primeiros sinais de escoliose aos oito anos de idade, quando se queixava frequentemente de dores. Mas não pense que essa é a única batalha enfrentada pelo adolescente, que atualmente mora em São Paulo (SP).
Com apenas quatro meses de vida, após exames no crânio, ele foi diagnosticado com Paralisia Cerebral Espástica, que atinge a região do córtex motor do cérebro, responsável pelos movimentos. Por conta das dificuldades em se mover, o adolescente necessita usar cadeira de rodas, que após a confirmação da escoliose, precisou ser adaptada para sustentar o tronco e, assim, amenizar a dor.
O médico explica que existem exames que são fundamentais para diagnosticar a doença. Os físicos, que identificam a presença da giba (corcunda), desvio dos ombros e do quadril, estão entre eles. “Uma radiografia simples da coluna e, em alguns casos específicos, tomografia e ressonância também podem ser necessários”, afirma o especialista.
Gargione ainda destaca que crianças e adolescentes podem ter uma progressão maior da curva devido ao crescimento. Em adultos, o ortopedista aponta que os sintomas mais comuns são dor e fadiga, mas vale lembrar que, em ambos, o tratamento deve ser individualizado.
CORREÇÃO
As terapias mais comuns costumam atuar no controle da dor e na correção dos desvios, tendo como objetivo oferecer maior qualidade de vida para a pessoa afetada pelo problema.
O uso de colete, que tem alto grau de recomendação para escolioses de origem idiopática, e técnicas de fisioterapia, como a Reeducação Postural Globalizada (RPG), estão entre os mais recomendados.
De acordo com Gargioni, o tratamento da escoliose vai depender da causa e da gravidade do problema. No caso de crianças, ele explica que é possível utilizar sistemas de crescimento até os pequenos alcançarem a maturidade óssea para a cirurgia definitiva.
“Após a avaliação inicial e o diagnóstico definitivo de escoliose, é proposto o tratamento cirúrgico a depender da idade do paciente e da causa base da patologia. Mas, de maneira geral, curvas de até 30 graus são tratados de forma conservadora, com exercícios específicos de fisioterapia e RPG”, diz o especialista.
Ele destaca, porém, que quando a curvatura é acima dos 30 graus, além da fisioterapia, também é necessário o uso dos coletes. Acima de 40 graus, se costuma partir para o tratamento cirúrgico.
AGRAVAMENTO DA DOENÇA
O caso de Pedro se agravou com o tempo e atrapalhou sua rotina Foto: Arquivo Pessoal
Digitar no computador, ficar sentado para comer e transitar pela casa na cadeira de rodas estão entre as atividades que o menino ficou impossibilitado de fazer por causa da escoliose.
“Com o agravamento da doença, que hoje se encontra no grau 100%, meu filho deixou de fazer coisas importantes no dia a dia”, afirma a mãe do menino.
Segundo Ana, que deixou os estudos e trabalho para se dedicar inteiramente aos cuidados com Pedro, mesmo com as terapias e adequações, a escoliose continuou a evoluir muito rápido no caso dele, que acabou recebendo indicação de cirurgia. O problema, porém, está no tempo de espera: ele aguarda desde junho de 2019 por uma oportunidade de operar no serviço público.
“Hoje já é em caráter de urgência pelo alto nível de comprometimento respiratório, além das dores lombares. Ele se engasga com muita facilidade devido a má postura causada pelo último grau em escoliose”, explica a dona de casa.
VAKINHA VIRTUAL
Ana Lúcia criou uma vakinha virtual para que Pedro consiga passar pela cirurgia corretiva Foto: Arquivo Pessoal
Se o maior sonho de Pedro é conhecer a Disney, o de sua mãe é que ele passe por essa cirurgia corretiva. “Para que possamos sair por aí iluminando o mundo com nosso sorriso, nossa alegria e contagiando as pessoas com nosso entusiasmo pela vida”, afirma Ana Lúcia.
Já bastante atingido pela escoliose grave, Pedro precisa de tratamento e uma intervenção urgente, para que possa ter, ao menos inicialmente, uma melhora em sua qualidade de vida.
Para isso, Ana criou uma vakinha virtual com o objetivo de conseguir o valor necessário para que o filho consiga passar por uma cirurgia particular. Para ajudar, clique aqui.