Olá, pessoal! A voz é tão importante para os seres humanos que tem um dia só dela, o Dia Mundial da Voz, celebrado todo 16 de abril. Você já imaginou como seria a sua vida sem este importante meio de comunicação?
Ela é um instrumento fundamental para o desempenho de todas as profissões, convívio social, momentos de lazer e por aí vai. Infelizmente, porém, a maioria das pessoas negligencia ou desconhece a dimensão dos efeitos negativos que os excessos com a voz podem causar.
A voz é produzida na laringe através da vibração das pregas vocais, que realizam seu movimento graças ao fluxo de ar que vem dos pulmões na expiração.
O som é modificado e articulado na garganta, boca, nariz e seios da face, produzindo a fala como conhecemos no nosso dia a dia. Cada estrutura do trato vocal, como chamamos, tem uma função na produção do som da voz de cada um.
Exatamente por isso que, quando estamos resfriados ou com o nariz congestionado, a voz fica anasalada. Mas como saber se há um problema nas cordas vocais? Como ela é gerada pela vibração das cordas vocais, qualquer problema nelas vai gerar sintomas muito frequentes como:
- Rouquidão;
- Tosse;
- Alterações no timbre da voz;
- Pigarro;
- Dor ou cansaço para falar.
Estes sintomas podem corresponder a diversos problemas, que vão depender da intensidade ou duração. Os mais frequentemente associados a rouquidão ou alteração de voz podem ser basicamente de 3 tipos: infecção, alteração benigna ou maligna
LARINGITES
A causa mais comum de alteração na voz é a laringite. Ela decorre de uma infecção viral ou bacteriana na laringe e cordas vocais. Muitas vezes está associada a sintomas de gripe e resfriados (dor de cabeça, obstrução nasal, coriza e tosse). Pode surgir ainda dor de garganta e tosse seca associada. A rouquidão, nestes casos, tem resolução em poucos dias.
NÓDULOS, CISTOS E PÓLIPOS
Também existem as alterações benignas da voz, como nódulos (calos vocais), pólipos e cistos nas pregas vocais. Pessoas com algum desses problemas apresentam rouquidão mais prolongada. Podem ocorrer também cansaço ou dor (na garganta) para falar. Acontece, muitas vezes, após uso inadequado da voz ou abuso vocal, ou seja, falar muito ou muito alto.
CÂNCER
É a doença maligna que pode atingir tanto as pregas vocais quanto outras partes da laringe (garganta). Nestes casos, a duração da rouquidão é maior. Pode ocorrer ainda dor para falar ou engolir, além de gânglios (ínguas) no pescoço. O câncer de laringe é mais frequente em tabagistas. A associação do fumo com a ingestão de bebidas alcoólicas aumenta as chances de ocorrência da doença.
QUANDO PROCURAR UM MÉDICO?
- Caso a rouquidão seja contínua e dure mais de 30 dias, deve ser investigada!
- Se você tiver alguma dúvida sobre sua qualidade vocal.
Apesar de, algumas vezes, a voz rouca ser considerada “normal”, ela sugere um problema nas cordas vocais. Quando estamos sem voz e continuamos a falar a tendência é que ocorra uma piora da qualidade da voz. Ou seja, ficamos cada vez mais roucos.
E isso também significa mais inflamação ou lesão nas cordas vocais. Em certas situações, essa inflamação provoca uma cicatriz, ou seja, uma rouquidão mais permanente. Por isso é importante avaliar a voz caso a rouquidão se mantenha.
DICAS PARA CUIDAR DA VOZ
- Evite gritar ou falar alto;
- Não fale em um tom de voz que não seja o seu;
- Evite cochichar;
- Fale pausadamente com boa articulação das palavras;
- Não fume;
- Evite bebidas gasosas ou alimentos que causem dificuldades de digestão;
- Evite bebidas alcoólicas;
- Evitar falar excessivamente durante exercícios físicos, quando gripado ou com alguma crise alérgica;
- Realize pausas para repouso vocal durante o trabalho;
- Beber bastante agua (temperatura fresca ou ambiente);
- Não pigarrear excessivamente;
- Evite ambientes com poeira, mofo ou cheiros fortes.
*DRA. MAURA NEVES é formada na Medicina pela Faculdade de Medicina da USP. Residência em Otorrinolaringologia pelo HC- FMUSP. Fellow em Cirurgia Endoscópica pelo HC- FMUSP. Doutorado pela Faculdade de Medicina da USP. Médica Assistente do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo -SP. Aqui na Revista AnaMaria, trará quinzenalmente um conteúdo novo sobre a saúde do ouvido, nariz e garganta. Instagram: @dra.mauraneves