Raul Gazolla foi convidado a participar do quadro Pessoas Incríveis e Extraordinárias, no YouTube, do ator Nelson Freitas. Na entrevista, ele relembrou como foi superar o assassinato da esposa, Daniella Perez, em 1992, e disse ter tido o apoio da sogra, a autora Gloria Perez.
“Foi um momento de guinada na minha vida e de muita superação. Você não passa por esse momento sozinho. Antes de colocar os pés no chão, tinha dois caminhos a seguir, um louco, psicopata, querendo vingança a qualquer custo ou ir para uma espécie de religiosidade, monte budista, mas voltar ao normal não dava. Minha mãe e meus amigos foram essenciais para poder voltar ao mundo real”, disse Raul, emocionado.
“Perdi a minha mulher, mas ela [Gloria Perez] perdeu uma filha de 22 anos e escrevendo a novela que a Dani estava [‘De Corpo e Alma] e assassinada por um outro ator que contracenava com ela [Guilherme de Pádua]. Glória dizia que íamos passar por isso juntos e passamos. Você pode perder tudo, menos filho. A minha filha a chama de ‘vó'”, completou.
O ator também falou que a solidariedade do público foi essencial para passar pela dor, e aproveitou para citar um momento que passou com um fã.
“Fui para Goiânia e o porteiro do hotel me falou que sofreu muito comigo, na época, e me pediu um abraço. Eu dei como se estivesse abraçando o povo brasileiro que se comoveu naquele momento. O carinho que tive das pessoas, a solidariedade foi muito importante”, falou Raul, sem segurar a emoção.
O CRIME
Daniella Perez, primogênita de Glória Perez, foi brutalmente assassinada a punhaladas em um matagal. Na época, o casal Paula Thomaz e Guilherme de Pádua foi condenado por júri popular pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe (repulsivo). A atriz tinha 22 anos e atuava ao lado do assassino na novela ‘De Corpo e Alma’.
As investigações apontam que a motivação do crime foi uma vingança contra Daniella. Guilherme de Pádua teria assediado a filha da autora para conseguir mais destaque em seu papel, porém não conseguiu o que desejava, contando com a ajuda de Paula Thomaz para o assassinato. Os dois cumpriram apenas sete anos de prisão e foram liberados em 1999.