“Meu casamento de cinco anos caiu na mesmice, na rotina. Dá para reacender a paixão?”, dúvida de J. S., enviada por e-mail.
Toda relação cai na rotina e é comum, com o passar dos anos, surgirem as comparações com aquele começo, em que tudo eram flores… Quem hoje pode lembrar desse tempo de mais contato humano e menos contato virtual vai poder reconhecer o privilégio de ter experimentado tudo antes das redes sociais. Não existiam fotos tiradas instantaneamente para serem enviadas logo ao parceiro para aliviar a saudade.
Os vínculos trocaram de forma e, por isso, o tempo médio de esfriar a paixão se encurtou de maneira impressionante. As redes têm roubado dos casais o tempo que poderiam aproveitar na companhia um do outro. Conseguir se desligar um pouco para relembrar como era esse contato puramente humano pode ser uma boa pedida. Mas, por onde começar a entender como tudo se perdeu ou esfriou com o passar do tempo? Todo desejo erótico costuma ser mais intenso antes de alcançarmos aquilo que desejamos.
Entendendo isso, podemos começar a relembrar todo início com o ápice do desejo em nossas vidas. Como foi o suspiro que antecedeu o primeiro beijo, o cheiro da pele ao primeiro toque… É sabido que, no começo, ele elogiava seu cabelo, suas unhas, sua roupa. Fazia brincadeiras divertidas, sugeria passeios, trazia presentes inesperados, porém a diversão da nossa criança interior corre o risco de ser apagada pelo “prazer da conquista”.
É isso: o amor platônico, se não renovado, interfere no erótico e no ágape. Ao dialogar e refletir junto ao parceiro sobre seus gostos, novas possibilidades e prazeres, é possível incluir outros parâmetros de amor platônico e, assim, incrementar o amor erótico. E, com eles, o amor ágape, que é a admiração pelo outro. E tudo se intensifica. Sem cobranças, só o mais puro amor.
Outra dica importante é instigar o parceiro. Provoque ele (a) sutilmente com perguntas retóricas durante o dia. Não deixe somente para o fim de semana aquilo que pode ser instigado durante a semana toda. Pode ser algo íntimo ou nem tão erótico. Só para fazer o outro imaginar e relembrar as sensações igual faziam quando eram apenas namorados ou ficantes, entende?
Além disso, pequenos gestos são fundamentais! Todo ser humano precisa de carinho além da cama, mas nem todo ser humano foi ensinado a reconhecer isso. E é por isso que os pequenos gestos e reconhecimentos trazem um poder ao nosso desejo que só existia lá no começo do relacionamento.
- JOÃO VITOR HERINGER* é massoterapeuta tântrico, usa as redes sociais para ajudar homens e mulheres com uma abordagem única do Tantra. Possui formação em Massoterapia, Hipnose e Tantra. Instagram: @dicasdopadrinho
Envie suas perguntas para João pelo e-mail [email protected], elas poderão ser respondidas na Revista AnaMaria.